Processos judiciais marcam 3 anos da tragédia na Boate Kiss
O caso se desdobrou em inúmeros processos judiciais movidos por todas as partes envolvidas
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 09h24.
Há três anos, no dia 27 de janeiro de 2013, a cidade de Santa Maria, a maior da região central do Rio Grande do Sul , amanhecia com um misto de desespero e perplexidade diante da morte de 242 pessoas – a maior parte delas formada por jovens com menos de 25 anos – no incêndio da Boate Kiss .
Três anos depois, o caso se desdobrou em inúmeros processos judiciais movidos por todas as partes envolvidas.
O mais recente deles foi protocolado esta semana pelo advogado de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate.
Spohr moveu uma ação por danos morais contra 13 pessoas físicas – entre bombeiros, funcionários públicos, o prefeito de Santa Maria, Cesar Schirmer, e o promotor do caso, Ricardo Lozza – e dois entes públicos – a Prefeitura Municipal de Santa Maria e o estado do Rio Grande do Sul.
Ele quer 40 salários mínimos, totalizando cerca de R$ 530 mil, de cada réu em indenização por ter sido “induzido a erro”, segundo seu advogado, com a concessão de alvarás que atestavam estar tudo correto com a casa noturna.
“A concessão de alvarás para o funcionamento da boate deram ao Elissandro a certeza de que ele estava de acordo com a lei. O alvará existe justamente para dizer se está tudo correto. E aí, quando acontece uma tragédia, toda a responsabilidade recai sobre o empresário, mesmo com os bombeiros e a prefeitura tendo afirmado antes que ele estava correto. Isso causa um dano à imagem dele, a vida dele foi destruída por negligência dos agentes públicos”, alega o advogado de Spohr, Jader Marques. “Todos foram induzidos ao erro, inclusive os frequentadores da boate. Quando se tem o alvará, todos têm certeza de que está tudo certo. Tudo que foi exigido dele, ele cumpriu e colocou [no imóvel]”, completa.
Elissandro Spohr, por sua vez, também é processado pelas famílias dos mortos e sobreviventes, junto com a prefeitura, os integrantes da banda Gurizada Fandangueira – responsáveis pelo início do incêndio – e os bombeiros.
Uma associação das famílias das vítimas foi criada e o presidente atualmente também é processado pelo promotor Ricardo Lozza – o mesmo que está na lista dos que podem vir a pagar indenização a Spohr – por calúnia, com pedido de danos morais. Até o momento, nenhum processo foi concluído, nem na esfera penal, nem na cível.
Enquanto isso, as pessoas que sobreviveram ao incêndio se esforçam para levar a vida em meio a sequelas físicas e psicológicas. Ao completar três anos da tragédia, os moradores de Santa Maria prestam homenagens aos mortos para marcar a data.
Uma vigília foi marcada para começar na noite de ontem (26) e seguir até o amanhecer de hoje (27) em frente ao prédio da Kiss.
Depois, a partir das 16h, nova sessão de homenagens, com aula pública e debate sobre a ocupação de espaços públicos, ato musical, leitura dos nomes dos 242 mortos entre badaladas de sino e culto ecumênico.
Há três anos, no dia 27 de janeiro de 2013, a cidade de Santa Maria, a maior da região central do Rio Grande do Sul , amanhecia com um misto de desespero e perplexidade diante da morte de 242 pessoas – a maior parte delas formada por jovens com menos de 25 anos – no incêndio da Boate Kiss .
Três anos depois, o caso se desdobrou em inúmeros processos judiciais movidos por todas as partes envolvidas.
O mais recente deles foi protocolado esta semana pelo advogado de Elissandro Spohr, um dos sócios da boate.
Spohr moveu uma ação por danos morais contra 13 pessoas físicas – entre bombeiros, funcionários públicos, o prefeito de Santa Maria, Cesar Schirmer, e o promotor do caso, Ricardo Lozza – e dois entes públicos – a Prefeitura Municipal de Santa Maria e o estado do Rio Grande do Sul.
Ele quer 40 salários mínimos, totalizando cerca de R$ 530 mil, de cada réu em indenização por ter sido “induzido a erro”, segundo seu advogado, com a concessão de alvarás que atestavam estar tudo correto com a casa noturna.
“A concessão de alvarás para o funcionamento da boate deram ao Elissandro a certeza de que ele estava de acordo com a lei. O alvará existe justamente para dizer se está tudo correto. E aí, quando acontece uma tragédia, toda a responsabilidade recai sobre o empresário, mesmo com os bombeiros e a prefeitura tendo afirmado antes que ele estava correto. Isso causa um dano à imagem dele, a vida dele foi destruída por negligência dos agentes públicos”, alega o advogado de Spohr, Jader Marques. “Todos foram induzidos ao erro, inclusive os frequentadores da boate. Quando se tem o alvará, todos têm certeza de que está tudo certo. Tudo que foi exigido dele, ele cumpriu e colocou [no imóvel]”, completa.
Elissandro Spohr, por sua vez, também é processado pelas famílias dos mortos e sobreviventes, junto com a prefeitura, os integrantes da banda Gurizada Fandangueira – responsáveis pelo início do incêndio – e os bombeiros.
Uma associação das famílias das vítimas foi criada e o presidente atualmente também é processado pelo promotor Ricardo Lozza – o mesmo que está na lista dos que podem vir a pagar indenização a Spohr – por calúnia, com pedido de danos morais. Até o momento, nenhum processo foi concluído, nem na esfera penal, nem na cível.
Enquanto isso, as pessoas que sobreviveram ao incêndio se esforçam para levar a vida em meio a sequelas físicas e psicológicas. Ao completar três anos da tragédia, os moradores de Santa Maria prestam homenagens aos mortos para marcar a data.
Uma vigília foi marcada para começar na noite de ontem (26) e seguir até o amanhecer de hoje (27) em frente ao prédio da Kiss.
Depois, a partir das 16h, nova sessão de homenagens, com aula pública e debate sobre a ocupação de espaços públicos, ato musical, leitura dos nomes dos 242 mortos entre badaladas de sino e culto ecumênico.