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Prisão de Cabral dificulta cenário para PMDB-RJ, diz analista

A prisão do ex-governador do RJ atinge em cheio o PMDB no estado e dificulta a situação da legenda diante da opinião pública para a disputa em 2018

Cabral: além disso, segundo o pesquisador, a situação de colapso financeiro do Rio tem repercussão nacional (foto/Getty Images)
AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de novembro de 2016 às 21h41.

A prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral atinge em cheio o PMDB no estado e dificulta a situação da legenda diante da opinião pública para a disputa pelo governo estadual em 2018, segundo o cientista político, professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio, Ricardo Ismael.

Além disso, segundo o pesquisador, a situação de colapso financeiro do Rio tem repercussão nacional e também deve dificultar a indicação de um candidato do PMDB ao governo do estado em 2018, já que a legenda administra o Rio de Janeiro desde 2004.

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"Quando um governo chega a uma situação que este chegou, o desgaste é imenso e acho pouco provável que consiga se recuperar a tempo de em 2018 o PMDB ter um candidato para manter a continuidade política no governo do estado", disse Ismael.

"Acho que o ciclo do PMDB no estado do Rio de Janeiro se encerra. Já se encerrou na capital. É evidente que terá que esperar a eleição de 2018 para que isso fique mais oficializado, mas não vejo como consiga de recuperar até 2018. Isso não quer dizer que o PMDB desapareça, mas vai ter um desgaste profundo. Sobrevive ainda porque tem prefeitos e vereadores no interior", analisou.

Ajuste fiscal

Na avaliação do pesquisador, outro efeito da prisão de Cabral será o aumento da resistência da população às medidas de ajuste fiscal propostas pelo governador Luiz Fernando Pezão, também do PMDB.

"A prisão do ex-governador Sérgio Cabral e a crise financeira terminam, provavelmente, fortalecendo uma mobilização contrária ao pacote que foi enviado pelo governador Pezão à Assembleia Legislativa."

O sociólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro Paulo Baía também destacou que a população tende a relacionar a crise nas contas do estado às denúncias de desvios nas gestões de Cabral e do ex-governador Anthony Garotinho, também preso esta semana, e que isso pode ter impacto no atual governo.

"O fato de dois ex-governadores dos últimos anos serem presos já é um grande impacto e afeta diretamente o governo Pezão, na medida em que eles foram a base de política continuada no estado", apontou.

Baía destacou que, no despacho que autorizou a prisão de Cabral, o juiz federal Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, indica o peemedebista como responsável direto pela crise financeira do Rio.

"Ele coloca toda a crise social e a crise institucional na responsabilidade do Sérgio Cabral e em governos como o dele. É evidente que com a prisão dele e os argumentos da prisão batem de frente no governo Pezão, que já tinha pouca e agora fica sem margem de manobra", avaliou.

Partido relevante

Ex-presidente do PMDB, o presidente Michel Temer disse hoje (17), após a prisão de Cabral, que o partido continuará cumprindo um "papel relevante para a história brasileira", que tem milhões de filiados e deve ser "analisado na plenitude de todas as suas ações".

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