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Pressionado por greves, Lula promete reajuste a todas as categorias: ‘A gente dá o quanto pode’

Presidente diz que greves ocorrem porque categorias estavam reprimidas

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/ Flickr/Reprodução)

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/ Flickr/Reprodução)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 23 de abril de 2024 às 13h50.

Última atualização em 23 de abril de 2024 às 13h51.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que dará aumento salarial a todas as categorias de servidores públicos, mas que o reajuste será aquilo que o governo ‘pode dar’. Universidades e Institutos Federais por todo o país estão entrando em greve, desde o início do mês, pedindo maior orçamento para as instituições e aumento de salários.

– O pessoal estava muito, muito, muito reprimido, eles não faziam greve há muito tempo, não tinha aumento de salário há muito tempo. Nós estamos preparando aumento de salário para todas as carreiras e vão ter aumento. Nem sempre é tudo que a pessoa pede. Muitas vezes é aquilo que a gente pode dar. E nós vamos negociar com todas as categorias. Eu quero até aproveitar para dizer que ninguém será punido nesse país por fazer uma greve – afirmou.

Pelo menos 52 universidades, 79 institutos federais (IFs) e 14 campus do Colégio Pedro II estão em greve. Parte pela mobilização dos docentes, parte pela dos técnicos e outra parte pelas duas categorias.

As categorias dos técnicos administrativos da educação e dos docentes receberam na última sexta-feira novas propostas do governo para o fim das greves nas universidades e institutos federais. Os trabalhadores informaram que uma decisão será nesta semana que vem e, até lá, as paralisações estão mantidas.

O reajuste ofertado pelo governo aos técnicos foi de aumento de 9% a partir de janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Para 2024, o governo já havia formalizado proposta de reajuste no auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9% a mais); de aumento em 51% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (“auxílio-saúde”); e, ainda, de acréscimo na assistência pré-escolar (“auxílio-creche”) de R$ 321 para R$ 484,90, para todos os servidores federais.

"Tudo é gasto"

Lula ainda fez críticas à forma como economistas veem a necessidade de corte de gastos no país, incluindo redução de despesas com saúde e educação e defendeu tratar despesas na área como investimentos.

— Sem crédito o país não vai a lugar nenhum. Tem duas coisas que fazem um país crescer, investir em educação e a outra é ter crédito. O problema é que tudo no Brasil é tratado como gasto. Emprestar dinheiro para pobre é gasto, colocar dinheiro na saúde é gasto, colocar dinheiro na educação é gasto. A única coisa que não é gasto é superávit primário. A única coisa que se trata como investimento é isso. O que é gasto? Eu sempre brigo com isso, porque nós discutimos coisas no Brasil que as vezes são secundárias — disse Lula.

O presidente ainda contestou nesta terça-feira a estimativa de crescimento de analistas econômicos e disse que o país crescerá mais que o esperado. Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, ele citou o programa de microcrédito lançado ontem como o maior já anunciado pelo governo.

Durante o café, Lula afirmou ainda que selou uma proposta final de regulamentação da Reforma Tributária. O petista também voltou a fazer críticas ao Banco Central, dizendo que "tem toda paciência do mundo" para a troca do comando da autoridade monetária.

O presidente também citou as divergências entre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, dizendo que a Petrobras tem "crise de crescimento" e que desentendimentos fazem parte da vida.

Petrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Petrobras está "tranquila" e que desentendimentos e divergências fazem parte.

Lula afirmou que a empresa estatal vive, na verdade, uma "crise de crescimento", com a descoberta de novos poços de petróleo e que tem se transformado em uma empresa de energia, não apenas de óleo e gás.

No início do mês, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ficou sob risco de deixar o cargo, depois de uma série de frituras, promovidas por atores de dentro do próprio governo, principalmente do Ministério de Minas e Energia e da Casa Civil.

– Não vejo problema na Petrobras, não vejo o fato de você ter um desentendimento, uma divergência, uma colocação equivocada, faz parte da existência do ser humano. Quando Deus nos fez que deu boca, já estava previsto isso, nem sempre a boca fala somente as coisas que são boas, às vezes uma palavra mal colocada cria uma semana de especulação, mas depois diz que a Petrobras está tranquila, diz que ela está tranquila. O Brasil está tranquilo – afirmou.

O estopim da crise atual havia sido a decisão do Conselho de Administração da estatal de não distribuir dividendos extras (parcela do lucro destinada aos acionistas) de R$ 43,9 bilhões. Prates defendia a destinação de metade desses recursos.

Depois de inúmeras reuniões e queda da Bolsa, Lula voltou atrás e concordou em distribuir os dividendos da empresa, como havia recomendado Jean Paul Prates e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

– A Petrobras, ela tem essa crise, uma crise de crescimento, uma crise de descobrir novos poços de petróleo, uma crise de se transformar não apenas numa empresa de óleo e gás, mas numa empresa de energia, porque ela tem que cuidar do que é eólica, tem que cuidar do que é solar, tem que cuidar do que é, sabe, as nossas plataformas do offshore para produzir energia solar, energia eólica – disse.

Em café da manhã com jornalistas, Lula afirmou que selou uma proposta final de regulamentação da Reforma Tributária. O presidente voltou a criticar o Banco Central, dizendo que "o povo brasileiro perde com a taxa de juro alta" e que "tem toda paciência do mundo para mudar o presidente do Banco Central".

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