Economia

Pressão sobre Guedes deve aumentar com alta do desemprego

Ministro da Economia participa hoje de comissão que acompanha gastos no combate à pandemia

Guedes: taxa de desemprego será divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (30) (Adriano Machado/Reuters)

Guedes: taxa de desemprego será divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (30) (Adriano Machado/Reuters)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 30 de abril de 2020 às 06h18.

Última atualização em 30 de abril de 2020 às 16h52.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, deve participar via videoconferência nesta quinta-feira, 30, de reunião da Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas Relacionadas ao Coronavírus. O grupo de senadores e deputados foi criado para acompanhar os gastos e as medidas tomadas pelo Executivo no combate à crise gerada pela pandemia.

Até a segunda-feira, 27 de abril, o governo federal havia gasto 56,5 bilhões de reais no combate à covid-19, o equivalente a pouco mais de 22% dos 252,5 bilhões de reais liberados, conforme página da internet que monitora as despesas da União com o novo coronavírus.

Além de novas aplicações dos recursos, Guedes deve ser questionado pelos números de desemprego que serão conhecidos na manhã desta quinta-feira. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga a taxa de desemprego do trimestre terminado em março.

De um mês para o outro, o aumento da taxa de desemprego pode avançar até 1,1 ponto percentual, de acordo com previsão do professor de contabilidade e finanças da Fipecafi, Marcelo Cambria. O índice que havia subido a 11,6% no trimestre terminado em fevereiro – interrompendo dois trimestres seguidos de quedas estatisticamente significativas no desemprego – poderá vir agora em até 12,7%, segundo seus cálculos.

“Há projeções com base nos resultados do auxílio desemprego, o cenário das indústrias paradas, as não renegociações de contrato e outros pontos que já configuraram um aumento substancial de pelo menos 0,8% de um mês para o outro”, diz em nota.

Cambria alerta também para o número de trabalhadores informais, que “deve subir consideravelmente e alcançar a marca de 40 milhões”. Há 38 milhões de trabalhadores informais no Brasil hoje, com o direito a receber 600 reais de auxílio durante três meses. Identificá-los é o maior desafio do governo.

A equipe econômica disse nesta semana que o número de pedidos de seguro-desemprego contabilizados do início de 2020 até o fim da primeira quinzena de abril – cerca de um mês após o início da crise do coronavírus – ainda não mostrou grande variação em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, há pedidos represados que devem totalizar 200.000, segundo previsão oficial. E tudo indica que os números devem piorar muito ainda.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaDesempregoExame HojeMinistério da EconomiaPaulo Guedes

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor