Preso nos EUA, Marin recebe R$ 20 mil por mês de pensão de SP
O ex-presidente da CBF foi deputado estadual por 2 mandatos, e a pensão parlamentar é relativa à extinta carteira previdenciária dos parlamentares paulistas
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de maio de 2017 às 15h31.
São Paulo - Preso em Nova York acusado de receber propinas em contratos da CBF , o ex-presidente da entidade José Maria Marin recebe pensão vitalícia do estado de São Paulo no valor de R$ 20.257,80 por mês.
A pensão parlamentar é relativa à extinta carteira previdenciária dos deputados paulistas.
De acordo com a Secretaria da Fazenda, responsável pelos pagamentos, Marin contribuiu por 16 anos, de 1971 a 1987. Ele recebe a pensão há mais de 30 anos, desde 16 de março de 1987.
O valor é reajustado na mesma proporção dos deputados estaduais em mandato. Em 2012, por exemplo, Marin recebia R$ 16.033 por mês de pensão.
O ex-presidente da CBF foi deputado estadual por dois mandatos, de 1971 a 1979. Também foi governador do Estado por dez meses, entre 1982 e 1983.
Advogados ouvidos pela reportagem do Estadão dizem que juridicamente não há problemas no fato de o ex-dirigente continuar recebendo a pensão mesmo estando preso à espera de julgamento. Marin está em prisão domiciliar em Nova York desde 2015 e o início do seu julgamento e dos outros cartolas do futebol acusados de corrupção está marcado para novembro.
Ao Estadão, os advogados de Marin no Brasil confirmaram que o ex-presidente recebe mensalmente a pensão parlamentar.
Em Nova York, o dirigente pode sair de casa até sete vezes por semana desde que permaneça dentro de um raio de até duas milhas (o equivalente a três quilômetros) do prédio onde mora e esteja acompanhado por um segurança.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos também faz o monitoramento eletrônico de Marin através de tornozeleira.
Cabe ao ex-dirigente pagar a manutenção de câmeras de segurança instaladas na porta de seu apartamento e em todas as saídas do prédio.
Marin é acusado de receber subornos e propinas em contratos de comercialização e direitos de marketing de torneios organizados pela Conmebol e a CBF.
Em abril de 2014, Marin, por exemplo, teria viajado para Miami para participar de uma conferência de imprensa e teve uma reunião com J. Hawilla, dono da Traffic, para acertar os pagamentos da propina.