Vice-presidente dos EUA vem ao Brasil para ver jogo
Joe Biden chega ao Brasil esperando fazer mais do que apenas assistir ao jogo dos EUA, mas também melhorar as relações bilaterais
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 17h48.
Brasília/São Paulo - O vice-presidente dos Estados Unidos , Joe Biden, chega ao Brasil nesta segunda-feira esperando fazer mais do que apenas assistir ao jogo dos EUA contra Gana pela Copa do Mundo .
Biden também tentará virar a página das relações mais frias entre os EUA e a presidente Dilma Rousseff, que ficou indignada com as revelações no ano passado de que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) espionou as comunicações dela e de outras autoridades brasileiras.
Dilma, que cancelou uma visita de Estado a Washington em resposta às revelações, indicou recentemente que estava pronta para seguir adiante, o que poderia permitir um progresso mais rápido no comércio, na exploração de petróleo em alto mar e outras formas de cooperação entre as duas maiores economias das Américas.
A presidente disse a jornalistas que pretendia remarcar a sua viagem a Washington, mas apenas se recebesse um "forte sinal de que a (espionagem) não será repetida".
Esse comentário deixou autoridades em Washington intrigadas para descobrir exatamente o que Dilma está esperando.
Em resposta ao alvoroço sobre a espionagem da NSA no Brasil, na Alemanha e em outros lugares, o presidente norte-americano, Barack Obama, disse em janeiro que os EUA não irão mais espionar os chefes de Estado de países aliados.
Biden não poderá ir muito além disso quando se encontrar com Dilma, em Brasília, na terça-feira, disseram autoridades norte-americanas à Reuters. Mas esperam que as garantias dadas pessoalmente por um líder pelo qual Dilma tem respeito serão suficientes para seguir em frente.
Algumas pessoas em Washington defenderam adiar a viagem de Biden devido às turbulências no Iraque. Mas o vice-presidente decidiu que era uma oportunidade única para melhorar as relações com um país que tem uma grande economia e crescente influência diplomática, disse uma autoridade.
O impasse diplomático custou à Boeing um contrato multibilionário com a Força Aérea Brasileira (FAB). A Boeing era a favorita, mas o governo de Dilma escolheu a sueca Saab em dezembro como fornecedora de caças, depois que autoridades brasileiros disseram que não podiam comprar aparatos militares de um país que não confiavam.