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Presidente do IBGE nega interferência política no órgão

Wasmália Bivar afirmou que decisão de suspender divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) foi do Conselho Diretor


	Trabalhador do Censo, do IBGE: trabalhadores do IBGE de São Paulo fizeram paralisação hoje
 (Divulgação/IBGE)

Trabalhador do Censo, do IBGE: trabalhadores do IBGE de São Paulo fizeram paralisação hoje (Divulgação/IBGE)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 19h23.

A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, negou qualquer interferência política, por parte do governo, nas mudanças ocorridas em algumas pesquisas do órgão, durante reunião hoje (29) com representantes dos servidores do instituto.

Wasmália afirmou que a decisão de suspender a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) foi do Conselho Diretor, e por não ser uma decisão técnica não havia necessidade de consultar os técnicos do órgão.

De acordo com a assessoria do instituto, Wasmália explicou que a suspensão é necessária para a revisão do cálculo de rendimentos, que servirá como base para rateio do Fundo de Participação dos Estados (FPE), uma exigência legal.

Trabalhadores do IBGE de São Paulo fizeram paralisação hoje, e para amanhã estão previstas paralisações em Mato Grosso do Sul e na Paraíba.

Os núcleos do sindicato irão se reunir ao longo das próximas semanas para decidir se farão ou não greve geral.

De acordo com um dos diretores da Executiva Nacional da Assibge – Sindicato Nacional, Cassius de Brito, a reunião de hoje deixou clara a posição defensiva da presidência do órgão, que, segundo ele, não sinalizou nenhum movimento de mudança concreta para melhorar as condições de trabalho no órgão.

“A suspensão da PNAD foi o ápice de um processo de precarização [do IBGE]. Temos quase metade da força de trabalho do IBGE que é temporária. A presidente disse que a suspensão da Pesquisa de Orçamento Familiar ocorreu por falta de recursos humanos”, disse ele.

“O quadro permanente do IBGE está sendo esvaziado, e esse problema de recursos humanos é gravíssimo. Eles [presidência] reconhecem a defasagem salarial e de pessoal, mas não tomam providências efetivas, ficam como observadores”, declarou Brito.

O pedido de 1.600 vagas para os próximos quatro anos, por parte do órgão, é tímido, segundo o sindicato, pois dos 5.790 servidores em 580 agências espalhadas pelo país, 4 mil estão em condições de se aposentar nos próximos anos - 380 aposentadoria ocorreram somente neste ano.

Segundo a assessoria do IBGE, a presidente do órgão reafirmou também que a atual relação entre os totais de servidores temporários e efetivos precisa ser ajustada, e considera crucial a recomposição do quadro de efetivos, bem como a valorização salarial dos trabalhadores do IBGE - questões que tem apresentado reiteradamente ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão como críticas para a Instituição.

Além de novos concursos, a Assibge reivindica a convocação imediata de um congresso institucional e pleiteia eleições diretas para presidente, membros do conselho diretor e chefias das unidades estaduais, bem como melhores salários e mais recursos para a instituição.

O sindicato protocolou pedido de reunião com a ministra Miriam Belchior e cobrou compromisso do IBGE em apoiar a realização do encontro.

Ainda segundo a assessoria do IBGE, Wasmália se comprometeu a avaliar a convocação de um congresso institucional e disse que informará sua decisão sobre o tema à Assibge até 15 de maio.

Ela também declarou que as orientações sobre as novas regras do processo sucessório para chefes de unidades estaduais e coordenadores deverão sair nos próximos meses.

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