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Presidente da Petrobras diz que não há definição sobre preços do diesel

Roberto Castello Branco encontrou-se com ministros para discutir opção para política de preços da Petrobras

Na última semana, Bolsonaro pediu esclarecimentos sobre o aumento que a Petrobras aplicaria na venda de óleo diesel (Rickey Rogers/Reuters)

Na última semana, Bolsonaro pediu esclarecimentos sobre o aumento que a Petrobras aplicaria na venda de óleo diesel (Rickey Rogers/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de abril de 2019 às 20h21.

Brasília — O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, negou nesta segunda-feira que tenha havido intervencionismo do governo na estatal após a empresa cancelar um reajuste do diesel nas refinarias na semana passada, depois de uma ligação do presidente Jair Bolsonaro.

Castello Branco disse que o presidente — que telefonou para ele diretamente — alertou dos riscos da eventual entrada em vigor do aumento do combustível, em meio à pressão de caminhoneiros sobre uma possível nova paralisação de estradas.

"Não (foi intervencionista), porque a decisão foi tomada pela diretoria da Petrobras, ninguém ordenou à Petrobras que reajustasse. O presidente alertou dos riscos (do aumento)", disse Castello Branco, em entrevista na saída do Palácio do Planalto.

O presidente da Petrobras participou nesta tarde de uma reunião com os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Paulo Guedes (Economia), o presidente do BNDES, Joaquim Levy, além dos ministros Carlos Alberto Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Floriano Peixoto (Secretaria-Geral).

Segundo nota da Secretaria Especial de Comunicação Social, a reunião focou "soluções estruturantes relativas ao setor de transportes rodoviários".

Castello Branco disse que no encontro não se discutiu o preço do combustível.

"Não tem nenhuma decisão. A Petrobras é uma coisa, outra é o governo. O governo quer abordar a questão dos caminhoneiros e a Petrobras tem a sua vida própria", afirmou.

Questionado se o aumento poderia ser reativado, o presidente da estatal respondeu: "Vamos decidir quanto vai ser reajustado ou não, isso é uma decisão empresarial, diferente da decisão do governo, vide políticas públicas, o que significa que a Petrobras é livre".

Um repórter insistiu na pergunta e ele respondeu: "Se você colocar isso, vou negar, porque não fiz nenhuma afirmação nesse sentido".

Ao ser perguntado então sobre o que se pode esperar, disse que é preciso ser "paciente", que se vai ter resposta.

Exceto o presidente da Petrobras, nenhuma outra autoridade deu entrevistas ou declarações a respeito da reunião desta segunda-feira.

Nesta terça, o presidente vai se reunir com Castelo Branco e outros envolvidos no assunto para discutir a política de reajuste do diesel.

Haverá ainda uma entrevista coletiva, às 11h, no Palácio do Planalto, para comentar assuntos tratados na reunião desta segunda-feira.

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