Vale do Anhagabaú: este é um dos 34 projetos do programa de requalificação do centro da capital paulista, que envolve ainda a recuperação do Largo do Arouche, criação dos parques Augusta e Minhocão (Prefeitura de São Paulo/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de junho de 2019 às 17h07.
Última atualização em 10 de junho de 2019 às 18h18.
São Paulo — O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (10) o início das obras de revitalização do Vale do Anhangabaú, na região central da cidade, que receberá cafés, floriculturas e áreas verdes.
A meta é entregar o espaço reformado em junho do próximo ano, e o investimento será de R$ 80 milhões. A manutenção deve ser realizada pela iniciativa privada.
O projeto de revitalização do local começou a ser elaborado em 2013, na gestão Fernando Haddad (PT). Em 2014, bancos, decks de madeira, paraciclos e áreas para atividades culturais chegaram a ser instalados na área. A previsão inicial era de que as obras custariam R$ 100 milhões e teriam início em 2016. A verba viria de recursos da Operação Urbana Centro.
"O projeto vem da administração passada e não tinha sentido jogá-lo no lixo. O objetivo é que o Anhangabaú deixe de ser um espaço de passagem e se torne um ambiente de convivência. Vamos melhorar a acessibilidade e a iluminação com foco no pedestre para que as pessoas se apropriem desse espaço de manifestação cultural e política", disse Covas.
O projeto prevê a instalação de 850 pontos de jatos d'água, que poderão ser utilizados como fontes luminosas e se tornar uma atração no espaço.
A realização de shows e eventos e a circulação de pedestres serão mantidas durante as obras. "Não fizemos o fechamento total (do Vale do Anhangabaú). A obra será realizada em etapas", explicou Fernando Chucre, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano.
De acordo com o secretário, este é um dos 34 projetos do programa de requalificação do centro da capital, que envolve ainda a recuperação dos calçadões do Triângulo Histórico — que compreende as ruas Benjamin Constant, Boa Vista e Líbero Badaró — revitalização do Largo do Arouche, criação dos parques Augusta e Minhocão, assim como o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Setor Central.
"Estamos estudando quais os modelos de concessão que poderiam ser adotados, principalmente para a manutenção do equipamento, considerando que ele pode ser utilizado para a realização de eventos, tem 13 pequenas edificações que podem ser exploradas comercialmente e, no entorno, tem uma série de equipamentos públicos que poderiam ser concedidos", afirma Chucre.
Anunciada em 2017 pelo então prefeito e atual governador João Doria (PSDB), a reforma do Largo do Arouche começou em maio, com um ano de atraso. O projeto foi reduzido, e o Mercado das Flores, que seria restaurado, foi retirado da proposta e suas obras incluídas na segunda etapa do projeto, cuja data de início ainda não foi divulgada.
Toda a primeira etapa vai custar R$ 2,3 milhões, valor arrecadado por cerca de 30 empresas francesas. Os recursos foram captados pela Câmara de Comércio França-Brasil e a Associação Viva o Centro. Ao todo, somadas as intervenções com mobiliário e o custo da obra, serão gastos R$ 3,5 milhões.
A previsão da gestão municipal é de que a primeira etapa das obras seja entregue em quatro meses. O local receberá banheiros, boulevard, bebedouros, mais postes de iluminação e bancos, um parque para crianças, uma horta comunitária, uma arquibancada, além de uma base fixa da Polícia Militar e quiosques para a comunidade LGBT e para cuidadores da praça.
No último dia 1º, Doria anunciou que a capital será o primeiro local a receber o programa SP +Bonito, que tem como foco a revitalização de áreas verdes. Na cidade de São Paulo, 200 áreas foram selecionadas para o projeto. Empresas privadas vão ser responsáveis por serviços de limpeza, poda e manutenção de canteiros.