Brasil

Prefeitura acelera abertura de covas em maior cemitério de São Paulo

A empresa contratada informou que 300 novas sepulturas seriam abertas

Covas são abertas no cemitério de Vila Formosa em São Paulo (Amanda Perobelli/Reuters)

Covas são abertas no cemitério de Vila Formosa em São Paulo (Amanda Perobelli/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 19 de abril de 2020 às 13h59.

A prefeitura de São Paulo acelerou a abertura de novas covas no cemitério de Vila Formosa, maior da cidade, localizado na zona leste, com uso de retroescavadeiras para abrir as sepulturas, ao passo que a cidade informou ter 1.192 mortes suspeitas que podem ter sido causadas pela Covid-19, doença respiratória provocada pelo coronavírus.

Imagens divulgadas no sábado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), que representa os trabalhadores do Serviço Funerário Municipal, mostraram retroescavadeiras abrindo covas em série no cemitério. De acordo com o sindicato, a empresa contratada informou que 300 novas sepulturas seriam abertas.

O Sindsep disse ainda ter informações que o serviço também estava sendo feito em outros cemitérios administrados pela prefeitura.

Procurada, a gestão municipal, comandada por Bruno Covas (PSDB), disse, sem dar detalhes que "a ação no cemitério de Vila Formosa faz parte do Plano de Contingência do Serviço Funerário, que será detalhado nos próximos dias".

Na quinta-feira, em entrevista no Palácio dos Bandeirantes ao lado do governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), Covas anunciou a criação de um comitê intersecretarial funerário para, segundo ele, "agilizar processos".

"Vamos fazer tudo o que for possível para não termos em São Paulo as cenas lamentáveis que vimos pelo mundo. Do Equador a Nova York, a questão do enterro dos mortos vítimas desta pandemia tem sido um desafio. Queremos estar preparados e organizados para minimizar a dor das famílias e garantir, dentro das limitações que o momento impõe, que as pessoas possam ter um sepultamento digno e organizado", disse o prefeito na ocasião.

O protocolo de sepultamento de vítimas confirmadas e suspeitas de Covid-19 prevê caixão fechado e não permite a realização de velório. Os agentes sepultadores têm de usar um macacão impermeável para se proteger de eventual contaminação.

O Sindsep vem cobrando da prefeitura a apresentação de um painel de sepultamentos com os dados sobre tipos de enterros e se são suspeitos ou confirmados de Covid-19, além de pedir que o fornecimento dos equipamentos de proteção individual e o treinamento para seu uso sejam garantidos.

Segundo dados divulgados no sábado pela Secretaria Municipal de Saúde referentes à sexta-feira, a cidade tem 743 mortes confirmadas por Covid-19 e 1.192 casos de pessoas que morreram com suspeita de terem a doença, o que pode levar o total de mortes a 1.935, de acordo com o boletim da secretaria.

O município tinha no sábado 10.127 casos confirmados da doença e 39.302 casos suspeitos, ainda de acordo com os números da Secretaria Municipal de Saúde.

Na sexta, o secretário estadual de Saúde paulista, José Henrique Germann, disse que o estoque de exames de detecção de Covid-19 aguardando resultado no Estado é de 9.500, contra 17 mil na semana anterior. Ele disse esperar que a fila de exames aguardando resultado seja zerada na próxima semana ou na seguinte.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusMortessao-paulo

Mais de Brasil

Dino volta a criticar Câmara e diz que investigação da PF sobre emendas é “necessidade nítida”

STF nega liberdade condicional a ex-deputado Daniel Silveira

Três pessoas morrem soterradas em Taubaté, no interior de São Paulo

Governadores do Sudeste e Sul pedem revogação de decreto de Lula que regula uso de força policial