Ivo Sartori: fora da disputa eleitoral, progressistas apoiaram peemedebista, que acabou vitorioso (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2014 às 15h30.
Porto Alegre - O presidente do PP no Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, terá uma reunião na tarde desta quinta-feira, 6, com o governador eleito, José Ivo Sartori, do PMDB, para começar a negociar uma participação da sigla no governo.
Nos bastidores, a expectativa é de que o PP possa ganhar uma ou duas secretarias.
A senadora Ana Amélia Lemos (PP) enfrentou Sartori no primeiro turno das eleições, mas ambos centraram suas críticas no atual governador, Tarso Genro (PT).
O crescimento surpreendente de Sartori nas pesquisas, principalmente na reta final da campanha, acabou tirando Ana Amélia do segundo turno.
Já fora da disputa, os progressistas apoiaram o peemedebista, que acabou vitorioso.
Bernardi e Sartori conviveram quando eram deputados, no passado, e mantêm uma boa relação.
O presidente do PP faz questão de dizer que "está do lado" do novo governo e vai ajudar Sartori "de qualquer forma".
No entanto, a participação formal do partido dependerá do espaço que o PMDB está disposto a conceder ao PP na composição das secretarias e também da disposição de Sartori em implementar algumas ideias defendidas pelos progressistas.
"Não fomos convidados ainda. Estamos começando esta semana um diálogo com o governador para ouvi-lo. O PP tem sete deputados estaduais, o que é importante nesta hora", disse Bernardi ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
O PP quer saber quais são os planos de Sartori para aumentar o investimento em saúde, segurança e principalmente educação.
O partido também defende que haja uma "convergência", inclusive com a oposição, para enfrentar questões delicadas como a crise financeira vivida pelo estado.
Além disso, os progressistas gostariam de oferecer a Sartori algumas sugestões para um formato de gestão enxuto, que gaste menos com administração e tenha, desta forma, mais recursos para investir no estado - fórmula que era defendida por Ana Amélia na campanha.
"Se for feito o convite formal, tenho que submetê-lo à instância partidária. Não vamos discutir sobre secretaria A, B ou C... Precisamos ver o conjunto, qual é o papel que o partido terá no governo, se poderá opinar em projetos importantes", afirmou Bernardi.
"Queremos saber se algumas propostas que nós tínhamos poderão ser implementadas."
O PP e o PMDB do Rio Grande do Sul têm em comum a divergência com seus diretórios nacionais com relação ao governo federal.
Tanto progressistas como peemedebistas renovaram a aliança com Dilma Rousseff nestas eleições, mas, no RS, as duas legendas deram palanque a adversários da presidente.