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Por infidelidade, Podemos decide expulsar Marco Feliciano

A punição foi justificada pela "incompatibilidade política", já que Feliciano se manifestou por "apoio irrestrito" ao presidente Jair Bolsonaro

Marco Feliciano: o deputado torce pelo sucesso do projeto Aliança pelo Brasil para ingressar no futuro partido de Bolsonaro (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Marco Feliciano: o deputado torce pelo sucesso do projeto Aliança pelo Brasil para ingressar no futuro partido de Bolsonaro (Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

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Clara Cerioni

Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 16h46.

Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 13h12.

São Paulo — A Executiva Nacional do Podemos decidiu nesta segunda-feira (06) ratificar uma decisão do diretório estadual de São Paulo, do mês passado, para expulsar do partido o deputado federal Marco Feliciano, por infidelidade.

Segundo a assessoria da legenda, a punição foi justificada pela "incompatibilidade política", já que Feliciano se manifestou por "apoio irrestrito" ao presidente da República, Jair Bolsonaro. O Podemos se diz independente do governo.

Em nota à reportagem, o deputado disse que para ele "é motivo de orgulho ser expulso do Podemos por defender o presidente Bolsonaro, que está mudando o Brasil para melhor" (leia abaixo na íntegra).

Em nota oficial no dia 9 de dezembro, a direção da sigla informou que o "caso foi avocado pela Comissão Executiva Nacional, na forma do artigo 65 do estatuto partidário". Ainda de acordo com a legenda, o diretório de São Paulo não tinha competência para tomar essa decisão.

Agora, o deputado torce pelo sucesso do Aliança pelo Brasil, partido em processo de criação pelo núcleo forte do presidente Bolsonaro e para qual Feliciano iria. Com a expulsão, o deputado não perde o mandato e pode migrar de sigla.

Dirigentes do Podemos entenderam que Feliciano já se ofereceu publicamente para ser vice do atual presidente da República para uma chapa em 2022. O pastor já declarou que Bolsonaro "terá um vice evangélico".

As falas incomodaram Alvaro Dias (Podemos-PR), principal nome da legenda para a disputa ao Planalto, e também o presidente do diretório de São Paulo, Mario Covas Neto.

Além disso, não foi bem recebida no partido uma reportagem do "Estado de S. Paulo" sobre o uso de dinheiro público pelo deputado. Feliciano teve R$ 157 mil reembolsados pela Câmara por tratamento odontológico.

Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, Marco Feliciano se aproximou dele para fazer a interlocução do Planalto com a bancada evangélica na Câmara. Apesar de discursar com frequência a favor do governo, tem restrições a alguns ministros, especialmente ao da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

Desde o início do ano passado, o deputado já se empenhou para ser indicado ao comando de um Ministério na Esplanada. Agora, sonha em compor uma chapa com Bolsonaro.

Para se aproximar do núcleo duro do governo, investiu inclusive para abrir um canal de diálogo com o principal ideólogo do governo, Olavo de Carvalho. Em abril, foi aos Estados Unidos para conversar pessoalmente com o filósofo.

Nota de Marco Feliciano

Sobre minha expulsão do Podemos, assim me manifesto:

1 – Fui expulso por infidelidade partidária, por fazer campanha para o presidente Bolsonaro em 2018. Qualquer outro motivo é fakenews. Basta ler o ato de expulsão que, literalmente, afastou qualquer alegação de conduta inadequada em meu mandato.

2 – A Executiva Nacional do Podemos me procurou e externaram que não queriam minha saída. Inclusive o presidente estadual do PODEMOS, vereador Covas Neto, foi repreendido pela Executiva Nacional e pediu afastamento da presidência. Em resposta, disse que não havia mais clima para minha presença no partido, sendo todo dia atacado ora por Álvaro Dias, ora por Covas Neto.

3 – Covas Neto e Álvaro Dias só pensam em seus projetos pessoais e eleitoreiros, em detrimento dos interesses do Brasil e de São Paulo. Covas Neto transformou o Podemos de SP em um puxadinho do PSDB à serviço da candidatura do sobrinho. Já Álvaro Dias (que saiu anão da eleição presidencial com menos de 1% dos votos), age como o PT e aposta no quanto pior melhor. Ao invés de ajudar um Governo que não tem escândalo de corrupção e está tirando o Brasil do atoleiro, só pensa em ser presidente da República.

4 – Por fim, reafirmo aqui que para mim é motivo de orgulho ser expulso do Podemos por defender o presidente Bolsonaro, que está mudando o Brasil para melhor.

Deputado Federal Marco Feliciano
Vice-Líder do Governo no Congresso Nacional

(Co informações da Agência O Globo)

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