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Paulista respirou 'excesso de ozônio' por 43 dias em 2014

Para reduzir a concentração de poluente aos níveis seguros, SP precisa cortar 3,3 milhões de viagens por dia

Multidão no Centro de SP: poluente imperceptível a olho nu tem quebrado recordes de concentração nos últimos 10 anos (Germano Lüders/EXAME.com)

Vanessa Barbosa

Publicado em 28 de maio de 2015 às 15h46.

São Paulo - Da extensa lista de poluentes atmosféricos relacionados ao trânsito pesado na Grande São Paulo , um em especial tem acionado o sinal de alerta dos orgãos ambientais: o ozônio.

Em 2014, os paulistas ficaram mais de um mês - exatos 43 dias (12,1% dos dias do ano), respirando o poluente em níveis inadequados, acima do padrão diário de 140 microgramas por metro cúbico (µg/m3). É um dos piores índices dos últimos dez anos.

Detalhe: em cinco dias o nível de atenção, considerado de qualidade "péssima" (acima de 400 µg/m3) foi atingido.

Os dados constam no Plano de Controle de Poluição Veicular 2014-2016, aprovado em dezembro do ano passado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente e no Relatório de Qualidade do Ar de 2014.

Reprodução/Cetesb

Ameaça imperceptível a olho nu, o ozônio não é emitido diretamente no ar, mas resulta de uma reação química, na presença da luz solar, envolvendo substâncias primárias como o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, como os hidrocarbonetos, poluentes liberados principalmente por automóveis.

Seus impactos na saúde incluem agravamento de crises de asmas, rinites, sinusites, amidalites e bronquites. No meio ambiente , o ozônio em altas concentrações pode provocar danos às colheitas, à vegetação natural, plantações agrícolas e plantas ornamentais.

Para alcançar a meta de ozônio considerada segura pelos padrões de qualidade, a Região Metropolitana de São Paulo  precisa reduzir a emissão da sua frota de automóveis. Na prática, seria necessário cortar cerca de 3,3 milhões de viagens por dia (26% do total de viagens) segundo cálculos do Plano de Controle de Poluição.

Veja abaixo um quadro ilustrativo dos principais episódios de altas concentrações de ozônio ocorridos em 2014 no Estado:

Reprodução/Cetesb

Uma das justificativas para o aumento da poluição por ozônio em 2014, segundo o relatório, foram as condições meteorológicas, como ausência de chuvas e maior incidência de radiação solar durante a primavera e o verão, que propiciaram condições para a formação de altas concentrações deste poluente.

O aumento da frota também contribui para a piora da qualidade do ar. Apenas na capital, 186 mil carros e 45 mil motos foram acrescentados à frota em 2014, segundo o Detran.

São Paulo – O quão poluído é o ar da sua cidade? Estudo feito pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade mostra que a má qualidade do ar foi responsável por quase 100 mil mortes no Estado de São Paulo entre 2066 e 2011. Os veículos são os maiores vilões, respondendo por 90% da poluição . E quanto maior a lentidão do trânsito, mais letal se torna o ar. O perigo, porém, nem sempre é visível. Trata-se das micropartículas de poeira, conhecidas como PM2,5. Medindo apenas 0,0025mm, elas resultam da combustão incompleta de combustíveis fósseis utilizados pelos veículos automotores, e formam, por exemplo, a fuligem preta em paredes de túneis. Em 2011 [data de observação mais recente], a média para os municípios foi de 25 μg/m3, mais que o dobro dos 10 μg/m3 , preconizado pela Organização Mundial da Saúde. O resultado? Pessoas doentes e gastos públicos elevados com saúde. Veja a seguir quais são as cidades mais poluídas do Estado e quanto isso custa para a saúde.
  • 2. Cubatão

    2 /24(Fernando Cavalcanti)

  • Veja também

    Média anual de PM2,5: 39,79 Mortes atribuíveis à poluição: 99 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 352 Gasto público devido às internações: R$611.575
  • 3. Osasco

    3 /24(Chadner/ Wikimedia Commons)

  • Média anual de PM2,5: 30,03 Mortes atribuíveis à poluição: 428 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 1.267 Gasto público devido às internações: R$ 2.233.844
  • 4. Araçatuba

    4 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 28,76 Mortes atribuíveis à poluição: 110 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 417 Gasto público devido às internações: R$874.816
  • 5. Paulínia

    5 /24(Júlio Boaro/Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 24,70 Mortes atribuíveis à poluição: 29 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 131 Gasto público devido às internações: R$ 215.685
  • 6. Santos

    6 /24(Nelson Almeida/AFP)

    Média anual de PM2,5: 23,89 Mortes atribuíveis à poluição: 301 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 609 Gasto público devido às internações: R$1.027.849
  • 7. São José do Rio Preto

    7 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 23,41 Mortes atribuíveis à poluição: 213 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 1.296 Gasto público devido às internações: R$ 2.436.021
  • 8. Taboão da Serra

    8 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 22,52 Mortes atribuíveis à poluição: 86 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 357 Gasto público devido às internações: R$ 538.072
  • 9. Mauá

    9 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 22,41 Mortes atribuíveis à poluição: 140 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 423 Gasto público devido às internações: R$ 601.711
  • 10. Americana

    10 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 22,16 Mortes atribuíveis à poluição: 89 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 249 Gasto público devido às internações: R$ 435.208 *internações na Rede Pública de Saúde
  • 11. Piracicaba

    11 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 22,02 Mortes atribuíveis à poluição: 137 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 448 Gasto público devido às internações: R$1.226.072
  • 12. Diadema

    12 /24(Creative Commons)

    Média anual de PM2,5: 21,34 Mortes atribuíveis à poluição: 115 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 630 Gasto público devido às internações: R$900.485
  • 13. Bauru

    13 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 20,70 Mortes atribuíveis à poluição: 141 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 378 Gasto público com internações: R$ 898.292
  • 14. Araraquara

    14 /24(Yuri Sabino/Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 20,65 Mortes atribuíveis à poluição: 94 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 206 Gasto público devido às internações: R$445.645
  • 15. Catanduva

    15 /24(Wikimedia Commons/Reprodução)

    Média anual de PM2,5: 20,64 Mortes atribuíveis à poluição: 52 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 206 Gasto público devido às internações: R$410.081
  • 16. Sorocaba

    16 /24(foto/Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 20,20 Mortes atribuíveis à poluição: 186 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 779 Gasto público devido às internações: R$ 946.210
  • 17. Campinas

    17 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 19,94 Mortes atribuíveis à poluição: 350 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 887 Gasto público devido às internações: R$1.884.181
  • 18. Ribeirão Preto

    18 /24(Wikipedia)

    Média anual de PM2,5: 19,44 Mortes atribuíveis à poluição: 191 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 639 Gasto público devido às internações: R$1.459.153
  • 19. Jundiaí

    19 /24(.)

    Média anual de PM2,5: 18,74 Mortes atribuíveis à poluição: 123 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 404 Gasto público devido às internações: R$ 674.185
  • 20. Tatuí

    20 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 15,55 Mortes atribuíveis à poluição: 23 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 87 Gasto público devido às internações: R$ 118.300
  • 21. Jacareí

    21 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 15,33 Mortes atribuíveis à poluição: 31 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 168 Gasto público devido às internações: R$213.782
  • 22. Marília

    22 /24(Filipe Mesquita de Oliveira/Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 13,96 Mortes atribuíveis à poluição: 30 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 109 Gasto público devido às internações: R$ 227.752
  • 23. Presidente Prudente

    23 /24(Wikimedia Commons)

    Média anual de PM2,5: 13,39 Mortes atribuíveis à poluição: 25 Internações por doenças atribuíveis à poluição: 110 Gasto público devido às internações: R$185.954
  • 24. Sentença severa

    24 /24(Getty Images)

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