Brasil

Polícia indicia jovem que acusou Feliciano por extorsão

Polícia Civil indiciou a estudante de jornalismo Patricia Lelis por denúncia caluniosa e extorsão em episódio relacionado à denúncia do pastor Marco Feliciano


	A jornalista Patrícia Lélis (esq), que acusa Marco Feliciano de abuso sexual: defesa pediu cinco dias para fazer um depoimento complementar
 (Marcelo Ribeiro/EXAME.com)

A jornalista Patrícia Lélis (esq), que acusa Marco Feliciano de abuso sexual: defesa pediu cinco dias para fazer um depoimento complementar (Marcelo Ribeiro/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2016 às 08h36.

São Paulo - A Polícia Civil de São Paulo indiciou ontem a estudante de jornalismo Patrícia Lelis, de 22 anos, por denunciação caluniosa e extorsão no caso em que ela acusa um assessor do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) de sequestro e cárcere privado.

Em outro inquérito que corre em Brasília – porque o parlamentar tem foro privilegiado–, Patrícia acusa Feliciano de tentativa de estupro e agressão.

"Ao término do inquérito, que já está no segundo volume, vou pedir a prisão preventiva dela", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o delegado titular da 3ª Delegacia de Polícia, Luís Roberto Hellmeister, responsável pela investigação na capital paulista.

Diante do indiciamento, a defesa pediu cinco dias para Patrícia fazer um aditamento do depoimento que prestou no último dia 5.

Na ocasião, a jovem afirmou à polícia que estava sendo mantida sob coação e ameaça pelo chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, na semana em que esteve em São Paulo – entre 30 de julho e 5 de agosto –, porque pretendia denunciar o deputado do PSC.

No depoimento, Patrícia disse que Bauer, armado, a obrigou a gravar e publicar dois vídeos em que ela negava as acusações contra o deputado. Ainda segundo seu depoimento, Feliciano também lhe fez uma ameaça direta de morte.

"Tendo Bauer passado o telefone dele para a declarante, através do qual Marco Feliciano disse que, se a declarante não gravasse um novo vídeo de melhor qualidade, mandaria Bauer lhe matar", consta no depoimento.

Vídeo

Ela afirmou ainda que o assessor parlamentar a obrigou a informar a senha de suas redes sociais, por onde passou a monitorá-la e se passar por ela, respondendo a questionamentos de amigos que perguntavam por sua integridade física.

Logo depois do depoimento de Patrícia, ainda no dia 5, Hellmeister chegou a cogitar a prisão temporária de Bauer, mas voltou atrás após ouvir novas testemunhas e obter provas que descaracterizavam a situação de sequestro.

Entre elas está um vídeo em que Patrícia e o assessor de Feliciano aparecem negociando o pagamento de R$ 50 mil pelo silêncio da jovem.

O delegado ouviu nesta quinta-feira, 18, duas novas testemunhas, entre elas o ex-namorado de Patrícia, Rodrigo Simonsen.

Ele afirmou à polícia que, entre 30 de julho e 5 de agosto, dormiu quatro noites com ela em um hotel no centro de São Paulo. "Ele disse que nestes quatro dias não encontrou Bauer", disse o delegado Hellmeister.

A outra testemunha ouvida na quinta foi uma militante anti-Dilma, Kelly Bolsonaro, que relatou ter sido ela quem apresentou Feliciano a Patrícia no início de junho.

Kelly, que diz não ter grau de parentesco com os deputados do PSC Jair e Eduardo Bolsonaro, afirmou que Patrícia lhe contou a acusação contra Feliciano antes da fazer a denúncia à policia.

A ativista disse que ouviu da estudante várias versões sobre a suposta tentativa de estupro.

O advogado José Carlos Carvalho, que até então defendia Patrícia, informou que deixou o caso. Nem os novos advogados da jovem nem ela foram localizados nesta quinta. A mãe de Patrícia, Maria Aparecida, disse apenas que a filha "está triste e não quer falar".

'Boatos'

"O indiciamento da estudante reafirma a nossa plena confiança na lisura das instituições públicas e da Justiça de nosso país", afirmou Feliciano ontem, por meio de nota.

"Boatos são boatos e nunca serão verdades. É o que temos para o momento, e seguimos confiante de até o término das investigações", disse o deputado federal no comunicado.

O chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, não foi localizado pela reportagem até a conclusão desta reportagem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEstuproMarco FelicianoMetrópoles globaisPolícia CivilPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSC – Partido Social Cristãosao-paulo

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp