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Polícia dispersa com bombas e balas de borracha em São Paulo

Duzentos manifestantes se reuniram na manhã desta quinta-feira perto da estação de metrô Carrão da cidade


	Copa: mulher é empurrada pela PM durante protestos em São Paulo
 (Reuters)

Copa: mulher é empurrada pela PM durante protestos em São Paulo (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2014 às 13h47.

São Paulo - A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar manifestantes contrários à Copa do Mundo, em São Paulo, onde, nesta quinta-feira, ocorre a abertura do Mundial, com a estreia do Brasil contra a Croácia.

Duzentos manifestantes se reuniram na manhã desta quinta-feira perto da estação de metrô Carrão da cidade, carregando um cartaz que dizia "Se não temos direitos, não vai ter Copa".

Disseram que seu objetivo era se aproximar o máximo possível da Arena Corinthians, estádio onde irá ocorrer a abertura do Mundial às 17h00, mas a polícia de choque, carregando escudos, os dispersou com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo antes que a passeata avançasse.

Um policial disparou balas de borracha contra um manifestante sem camisa que se postou no meio da rua e se recusava a sair. Posteriormente a polícia o deteve.

Uma jornalista da rede de televisão americana CNN foi ferida enquanto cobria o protesto ao sofrer o impacto de uma bomba de gás lançada pela polícia.

A informação foi confirmada por outra jornalista da CNN em São Paulo, que agradeceu em sua conta do Twitter a colegas e manifestantes pela ajuda prestada à produtora Barbara Arvanitidis, ferida enquanto uma equipe deste canal americano cobria ao vivo o protesto.

Arvanitidis recebeu ajuda de socorristas e tinha o braço enfaixado, além de sangue em sua camisa, indicou um jornalista da AFP presente na manifestação.

Após os confrontos com a polícia, os manifestantes voltaram a se concentrar em uma rua vizinha, e lançaram garrafas de cerveja e pedras contra a polícia, que respondeu com mais de uma dezena de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.

Os manifestantes também coletaram lixo e montaram barricadas em chamas na rua.

"Não vai ter Copa!", gritavam os manifestantes antes de ser dispersados, uma frase que se converteu no lema de muitos brasileiros indignados com os 11 bilhões de dólares que o Mundial custará aos contribuintes brasileiros, e que poderia ser usado para setores como educação, saúde, habitação e transporte.

Gregory Leão, um estudante de 27 anos que participou do protesto, disse que os manifestantes queriam se aproximar do estádio.

"O objetivo é colocar fim à Copa do Mundo. Percebemos que não conseguiremos isso, mas acreditamos que os brasileiros devem participar de uma revolta", disse à AFP.

"Os brasileiros amam o futebol, mas não precisam disso agora", acrescentou.

Para o país, de 200 milhões de habitantes, a Copa tem um sabor agridoce. Muitos brasileiros saíram às ruas vestidos de verde, azul e amarelo, as cores da bandeira, incluindo a presidente Dilma Rousseff. Mas outros têm medo dos protestos ou pretendem participar das manifestações.

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