Policial Federal com capuz: armas eram vendidas para organizações criminosas que atuam nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (Divulgação/Polícia Federal)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2013 às 12h53.
Rio de Janeiro - A polícia desarticulou nesta quarta-feira uma organização que abastecia com fuzis procedentes dos Estados Unidos grupos de narcotraficantes que atuam no Brasil, em uma operação que permitiu o confisco de 22 fuzis de calibre 7.62, informaram fontes oficiais.
A operação, realizada com apoio de autoridades americanas e da Interpol, permitiu a captura de cinco pessoas no Brasil e de outras duas nos Estados Unidos, segundo um comunicado da Polícia Federal.
A organização adquiria os fuzis de diferentes calibres nos Estados Unidos e os enviava desde Miami em navios, escondidos em colchões dentro de contêineres que eram desembarcados no porto de Santos.
Os contêineres eram declarados na alfândega como mudanças de famílias brasileiras residentes no exterior, segundo a nota da Polícia Federal.
As armas eram vendidas para organizações criminosas que atuam nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, especialmente as que controlam o tráfico de drogas nas principais favelas desta última cidade.
A polícia informou que, além dos 22 fuzis, apreendeu uma "enorme quantidade de munição" e que prosseguirá com as investigações para tentar estabelecer a quantidade de armas que foram introduzidas no país e seu destino.
Os responsáveis pela investigação calculam inicialmente que pelo menos 500 fuzis foram vendidos para organizações que operavam nas favelas da Rocinha e Vidigal.
Os cinco brasileiros acusados de integrar a organização foram detidos em Governador Valadares, um município de Minas Gerais famoso por contar com um elevado número de pessoas vivendo como emigrantes nos Estados Unidos.
Segundo versões da imprensa, entre os detidos figuram conhecidos fazendeiros e comerciantes da região conhecida como Vale do Rio Doce, no interior de Minas Gerais.
Os detidos foram conduzidos para uma penitenciária de Governador Valadares e terão que responder pelos delitos de tráfego internacional de armas de fogo e formação de quadrilha.