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Polícia Civil prende 88 pessoas durante operação do Detran

A operação começou no início da manhã e tem a participação de 43 agentes da corregedoria do órgão e 532 policiais civis.


	Unidade do Detran: Detran-RJ informou que maioria dos detidos é de servidores do órgão, mas alguns proprietários de veículos também foram presos
 (Divulgação)

Unidade do Detran: Detran-RJ informou que maioria dos detidos é de servidores do órgão, mas alguns proprietários de veículos também foram presos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 15h55.

Rio de Janeiro – Pelo menos 88 pessoas, incluindo três policiais militares, foram presas hoje (18) durante a Operação Cruzamento, que tem como objetivo acabar com um sistema de fraudes em vistorias de veículos no Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ).

A operação começou no início da manhã e tem a participação de 43 agentes da corregedoria do órgão e 532 policiais civis.

O objetivo da Operação Cruzamento é cumprir 122 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça contra funcionários do Detran, proprietários de veículos e pessoas envolvidas no esquema de fraude, em 17 municípios do estado.

O Detran-RJ informou que a maioria dos detidos é de servidores do órgão, mas alguns proprietários de veículos também foram presos. Na ação, os policiais apreenderam armas e documentos. Segundo a polícia, a quadrilha movimentava cerca de R$ 2 milhões por mês.

Mais 59 pessoas, denunciadas pelo Ministério Público do estado, podem ser presas caso não paguem o valor de fiança estipulado. Segundo o Detran-RJ, esse é o maior esquema de corrupção já detectado no órgão.

O delegado e corregedor do Detran-RJ, David Anthony Alves, explicou que os acusados cobravam uma quantia que variava de R$50 a R$1.000 aos proprietários de carros com problemas na vistoria anual.


Ele disse que a corregedoria recebeu em 2009, por meio de informantes, o nome de uma pessoa possivelmente envolvida em um esquema de fraudes, mas sem provas. Em julho de 2011, a Justiça autorizou a instalação de escutas telefônicas para que as investigações começassem.

Os detidos responderão por formação de quadrilha, falsificação de documentos, corrupção passiva e falsidade ideológica e podem pegar pena de até 20 anos de prisão.

Entre os presos, está um homem suspeito de envolvimento com a milícia do bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio. Além da possível ligação com a milícia, ele é apontado como um dos coordenadores do esquema.

O promotor Luiz Antonio Ayres, da Promotoria de Justiça de Santa Cruz, disse que o Ministério Público denunciou 181 pessoas, mas apenas quem agia efetivamente teve o mandado de prisão solicitado.

“Nós pedimos a prisão de pessoas que estavam agindo de forma sistemática nessa rede de corrupção. E aquelas pessoas que tiveram uma participação, apesar de concreta, mas menos rotineira, nós optamos por pedir a fiança, para que elas possam se defender das acusações em liberdade”.

A Operação Cruzamento conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e do Grupamento de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do estado.

O Detran-RJ identificou o esquema de fraudes nos postos de Santa Cruz, Campo Grande e da Barra da Tijuca, na zona oeste; de Belford Roxo e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; São Gonçalo, na região metropolitana; Vila Isabel, na zona norte; e na sede do órgão, no centro do Rio.

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