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"Poder Judiciário não é passivo", diz Cármen Lúcia em evento

Presidente do STF mostrou-se a favor de que o termo "ativismo judiciário", não seja compreendido como abuso, mas como dever dos magistrados

Cármen Lúcia: "a atividade do Poder Judiciário não é passiva. Atua o Judiciário. Ativa-se o Judiciário para que a injustiça não prevaleça" (José Cruz/Agência Brasil)

Cármen Lúcia: "a atividade do Poder Judiciário não é passiva. Atua o Judiciário. Ativa-se o Judiciário para que a injustiça não prevaleça" (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 10h59.

Brasília - Na abertura do "Seminário Independência e Ativismo Judicial: Desafios Atuais", no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou que a atividade do Poder Judiciário não pode ser passiva e mostrou-se a favor de que o termo "ativismo judiciário", não seja compreendido como abuso, mas como dever dos magistrados.

"A atividade do Poder Judiciário não é passiva. Atua o Judiciário. Ativa-se o Judiciário para que a injustiça não prevaleça", disse a presidente do STF nesta segunda-feira, 4, fazendo referência ao pronunciamento do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia. Segundo o procurador, "ativismo judicial é uma expressão criada por quem não quer a atividade do Judiciário".

A expressão "ativismo judicial" é comumente utilizada para dizer quando a Justiça decide sobre temas que em tese estariam na alçada de atuação do Legislativo. Cármen Lúcia destacou que, de um lado, há os defensores dessa atuação e, de outro, há os críticos.

"Há diversas compreensões. Algumas que são somadas questionando porque não se quer a atuação do Judiciário, e aqueles que veem um avanço", disse ela, defendendo o equilíbrio.

"Não queremos que o Judiciário vá além dos seus limites nem a menos do que a lei e a Constituição exige", completou a presidente do STF.

A ministra chamou a atenção para a responsabilidade do magistrado ao decidir. "É preciso que o juiz ao falar seja a manifestação do direito, não a sua vontade", disse.

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