Manifestantes foram às ruas neste domingo, 14, para protestar contra a aprovação do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria (Sergio Lima/AFP Photo)
Repórter
Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 15h18.
Manifestantes foram às ruas neste domingo, 14, para protestar contra a aprovação do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria. A medida, aprovada na madrugada desta quarta-feira, 10, pela Câmara dos Deputados e em análise no Senado, pode alterar de forma significativa as penas impostas a condenados por crimes contra o Estado Democrático de Direito, incluindo os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Os protestos acontecem em ao menos 14 capitais: São Paulo, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Belém, Natal, São Luís, João Pessoa, Campo Grande, Maceió, Teresina, Cuiabá e Florianópolis.
Na capital federal, os manifestantes se concentraram em frente ao Museu da República e seguiram em marcha pela Via S1 em direção ao Congresso Nacional. Durante a manhã, também houve protesto em Belo Horizonte (MG), com caminhada até a Praça Sete.
Participantes exibiram cartazes com mensagens como "sem anistia", "não à impunidade" e "Congresso inimigo do povo".
Integrantes de movimentos sociais e representantes de partidos de esquerda realizaram um protesto próximo ao centro político-administrativo de Cuiabá, no Mato Grosso.
Na capital paulista, manifestantes ocuparam a Avenida Paulista, na região central da cidade, no início da tarde deste domingo. No local, o principal alvo da manifestação foi o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que decidiu pautar o PL da Dosimetria nessa semana.
Os manifestantes também brandaram contra o fim da escala de trabalho 6×1 e protestaram contra o feminicídio.
A proposta, relatada por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), modifica regras de cálculo de penas e progressão de regime, e já está em análise no Senado.
A principal mudança é a unificação de penas para crimes cometidos no mesmo contexto, o que reduz o tempo total de prisão em casos como os de Jair Bolsonaro e outros líderes da trama golpista. A proposta ainda prevê progressão de regime mais rápida, remição de pena também em prisão domiciliar e redução específica para réus que atuaram em "contexto de multidão".
No caso de Boslsonaro, que foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a nova fórmula de dosimetria pode reduzir o tempo de prisão em regime fechado de 5 anos e 11 meses para 2 anos e 4 meses, segundo estimativas do relator.
Bolsonaro está preso desde o fim de novembro na superintendência da Polícia Federal em Brasília.
A proposta aprovada traz quatro eixos principais de mudança:
O novo modelo pode beneficiar diretamente nomes envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estimativas indicam que: