Brasil

PF prende estagiário suspeito de vazar dados a traficantes

Investigadores suspeitam que o acusado, ex-estagiário da Justiça Federal, emprestou sua senha do sistema para pessoas ligadas aos criminosos

Prisão: investigado seria namorado da filha do líder da organização, segundo a apuração da polícia (Getty/Getty Images)

Prisão: investigado seria namorado da filha do líder da organização, segundo a apuração da polícia (Getty/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 17h07.

Última atualização em 20 de novembro de 2017 às 17h08.

A Polícia Federal (PF) prendeu hoje (20) em Londrina (PR) um ex-estagiário da Justiça Federal acusado de repassar informações sigilosas a uma das maiores organizações criminosas do país, especializada no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Os investigadores suspeitam que o acusado emprestou sua senha do sistema para pessoas ligadas aos criminosos.

Informações sobre o processo mostram que o acusado acessou diversas vezes o sistema eletrônico que organiza os processos referentes à Operação Spectrum, responsável pela investigação dos criminosos, durante o período em que trabalhou na instituição e mesmo após ter pedido desligamento do estágio.

O investigado deixou o trabalho espontaneamente em setembro, mas um mês depois foram registrados acessos em seu nome, inclusive alguns feitos por meio de computadores conectados à internet e localizados em Catanduvas (PR), onde está uma penitenciária federal, em Ponta Porã (MS), e no Paraguai. Além disso, o investigado seria namorado da filha do líder da organização, segundo a apuração da polícia.

Ao determinar a prisão, o juiz federal Nivaldo Brunoni afirmou que o ex-estagiário deve responder pelo crime de violação de sigilo funcional. "Os acessos foram realizados em IP's [sigla em inglês para Protocolo de Internet] diferentes do IP de conexão interna da Justiça Federal. Isso chamou ainda mais a atenção sobre a situação e levou a autoridade policial a realizar uma série de diligências, que resultaram na identificação dos provedores dos IPs utilizados com a senha [do acusado]", disse o magistrado.

A Operação Spectrum investiga Luiz Carlos da Rocha, conhecido como Cabeça Branca, um dos traficantes mais procurados pela Interpol, condenado a mais de 50 anos de prisão, mas que está foragido.

Acompanhe tudo sobre:JustiçaPolícia Federal

Mais de Brasil

Ministro da Defesa busca recursos para Forças Armadas, enquanto governo discute bloqueio de gastos

Governo cria sistema de emissão de carteira nacional da pessoa com TEA

Governo de SP usará drones para estimar número de morte de peixes após contaminação de rios

Mais na Exame