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PF prende engenheiro que parcelava propina no interior de SP

Antonio Eden Cabral Paro é credenciado pela Caixa para fiscalizar obras financiadas em vários municípios da região de São José do Rio Preto

PF: ele foi preso em flagrante quando havia acabado de receber R$ 5 mil (Divulgação/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de junho de 2017 às 14h42.

Última atualização em 2 de junho de 2017 às 14h42.

São Paulo - Policiais federais de Jales, no interior de São Paulo, deflagraram na manhã desta sexta-feira, 2, a Operação Liquidação e prenderam um engenheiro civil que presta serviços de fiscalização em obras para a Caixa Econômica Federal.

Antonio Eden Cabral Paro foi preso em flagrante quando havia acabado de receber R$ 5 mil, parte em dinheiro vivo e parte em cheque, relativos a uma propina que teria exigido de um empresário da construção civil. A abordagem ocorreu nas proximidades da agência da Caixa de Jales.

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Paro, de 63 anos, reside no município de Votuporanga (SP). Segundo a PF, ele é credenciado pela Caixa para fiscalizar obras financiadas em vários municípios da região de São José do Rio Preto, inclusive do programa Minha Casa, Minha Vida.

No momento em que foi preso, Paro negou que tenha cometido algum ato ilícito. Alegou que o dinheiro se referia a trabalho de consultoria.

A Operação foi batizada "Liquidação" em alusão à conduta do engenheiro que, segundo a PF, dava descontos e parcelava o pagamento da propina exigida.

Os policiais receberam informações de que o acusado exigia propina para que parcelas de financiamentos da Caixa fossem liberadas. Segundo a PF, enquanto o empresário não pagasse a quantia exigida, o engenheiro não aprovava o andamento da obra e a parcela do financiamento ficava bloqueada - na prática, não era liberada pela Caixa.

"As investigações vão prosseguir objetivando a identificação da participação de outros envolvidos e vítimas do esquema criminoso desmantelado na data de hoje", informou a PF, em nota.

A PF divulgou imagens do flagrante e o nome do engenheiro sob argumento de que existem "informações que indicam a prática do mesmo crime em detrimento de outros clientes da Caixa Econômica Federal, que também tiveram que pagar valores indevidos para que as parcelas de seus financiamentos fossem liberadas". "Vítimas que identificarem o preso pelas imagens deverão procurar a Polícia Federal para que seja formalizada a informação."

Paro vai ser indiciado pelo crime de corrupção passiva, com pena de até 12 anos de prisão. Ele vai ser encaminhado ainda nesta sexta a presídio da região de Jales.

Na Delegacia de Polícia Federal de Jales, o engenheiro alegou que fiscaliza e, eventualmente, oferece consultoria para os clientes, inclusive do programa Minha Casa, Minha Vida.

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