Marqueteiro do PT tem prisão decretada na Lava Jato
João Santana teria recebido US$ 3 milhões da Odebrecht e outros US$ 4,5 milhões de Zwi Skornicki, que pagava propinas para Renato Duque, entre outros funcionários da Petrobras
23ª fase (22/02/2016) — "Acarajé" (Reprodução/Vimeo)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 14h00.
São Paulo – A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta segunda-feira (22), a 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "Acarajé" — em referência ao termo utilizado pelos investigados para falar sobre dinheiro.
João Santana, marqueteiro e responsável pelas duas campanhas de Dilma Rousseff à presidência e pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silvaem 2006, é um dos alvos da operação de hoje.
A polícia declarou um mandado de prisão temporária contra ele e sua mulher e sócia, Mônica Moura. No entanto, o casal está na República Dominicana, mas deve retornar ainda hoje para o Brasil, segundo comunicado de Fábio Toufic, advogado do publicitário.
A suspeita é de que Santana recebeu 7,5 milhões de dólares em uma conta secreta no exterior oriundos do esquema de corrupção da Petrobras.
"Em 2012 e 2013, ele recebeu quase 50 milhões de reais no Brasil, por que ele precisaria esconder valores de uns 10% disso? A gente trabalha com a hipótese de que é pela finalidade ilícita dos recursos que foram repassados no exterior", afirmou o delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace na manhã de hoje.
De acordo com a PF, a Odebrecht, por meio de offshores (empresas no exterior), depositou 3 milhões de dólares em uma conta da offshore Shellbill Finance SA entre abril de 2012 e março de 2013.
Os investigadores afirmam que têm indícios suficientes para crer que a conta pertence ao casal de publicitários. A suspeita é de que parte desse valor tenha sido investido por Santana em um apartamento de 3 milhões de reais em São Paulo - o imóvel foi sequestrado pela PF hoje.
Além desses depósitos, a PF constatouo repasse de 4,5 milhões de dólares para a mesma conta entre setembro de 2013 e novembro de 2014. A operação teria sido conduzida pelo engenheiro Zwi Skornicki, representante do estaleiro Keppel Fels no Brasil. Investigado por pagar propina para os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Nestor Cerveró, o operador foi preso preventivamente nesta manhã no Rio de Janeiro.
A ação desta segunda é norteada pela análise de documentos apreendidos na casa de Skornicki na nona fase da Lava Jato. Entre eles estava uma carta de Mônica Moura, com um contrato da Shellbill com as offshores da Odebrecht. Outro indício de que a conta pertence ao casal, segundo os investigadores, são depósitos para Suriá Luiri, filha do publicitário.
Santana entrou na mira da PF em maio do ano passado. Naquele momento, a PF apurava se duas empresas do marqueteiro trouxeram 16 milhões de dólares (ou o equivalente na época a 33 milhões de reais) de Angola em um esquema de lavagem de dinheiro com vistas a beneficiar o PT. A hipótese era de que os valores teriam sido repassados a Santana por empreiteiras brasileiras que têm operações no país africano como uma forma de quitar débitos do partido, de acordo com a publicação.
Odebrecht
Rodolfo Burher/Reuters
O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato
Outra linha de investigação que surgiu dos documentos apreendidos na nona fase engrossa ainda mais o caldo de acusações contra Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira Norberto Odebrecht e um dos réus da Lava Jato.
O Ministério Público Federal afirma, em nota, que encontrou "novas provas do possível envolvimento de Marcelo Odebrecht em novos crimes graves". Segundo as investigações, o empresário controlava pagamentos feitos no exterior por meio de offshores para João Santana, José Dirceu e funcionários públicos da Argentina.
O procurador Carlos Lima afirma que há indícios de que Odebrecht tentou transferir funcionários para o exterior com o intuito de dificultar as investigações.
Segundo os investigadores, Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares - que tinham vínculo formal com a empreiteira - eram responsáives por fazer os pagamentos os pagamentos ilegais por meio das offshores Klienfeld e Innovation, ligadas à empreiteira.
Marcelo Odebrecht está preso desde junho de 2015. Em outubro, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por suposto pagamento de R$ 137 milhões em propina entre 2006 e 2014.
Desde cedo, agentes faz buscas na sede da Odebrecht em São Paulo e em escritórios no Rio de Janeiro e na Bahia.
Cerca de 300 agentes da polícia cumprem 51 mandados judiciais, sendo 2 de prisão preventiva, 6 temporárias e 5 de conduções coercitivas em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Até o momento, foram apreendidos cerca de 500 mil reais em bens, segundo cálculo do delegado Igor Romário.
* Atualizado às 11h34 para incluir informações apresentadas na coletiva de imprensa
* Atualizado às 13h44 para incluir comunicado do advogado de João Santana
1. Um raio-X das 23 fases da Lava Jatozoom_out_map
1/27(Ueslei Marcelino/Reuters)
São Paulo – A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (22) a 23ª fase da Operação Lava Jato, que apura um grande esquema de corrupção na Petrobras e em outros órgãos e empresas da administração pública De março de 2014 para cá, foram presos os presidentes das maiores empreiteiras do país, doleiros, ex-diretores da Petrobras, políticos e operadores do esquema. Navegue pelos slides acima e entenda o que aconteceu em cada uma das fases desta mega operação.
A 23ª etapa da Operação Lava Jato foi deflagrada em 22 de fevereiro de 2016. Batizada de Acarajé, em alusão ao termo utilizado pelos investigados para se referir ao dinheiro ilegal, a ação mirou no marqueteiro de campanhas do Partido dos Trabalhadores (PT), João Santana. As investigações da PF concluiram que o marqueteiro tinha contas no exterior com valores ilegais feitos pelo operador financeiro Zwi Skornicki e pagos pelo Grupo Odebrecht. Os valores identificados no exterior somam mais de 7 milhões de dólares. A PF cumpriu 51 mandados judiciais, sendo 2 de prisão preventiva, 6 temporárias e 5 de conduções coercitivas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
O grande alvo da 22ª fase da Lava Jato foi a empresa offshore com sede no Panamá Murray. A companhia é dona de um triplex em condomínio construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), presidida à época por João Vaccari Neto. O prédio na praia de Astúrias, em Guarujá (SP), foi transferido para a empreiteira OAS em 2009. A PF investiga se o negócio serviu para a OAS lavar dinheiro para favorecer Vaccari. Trata-se do mesmo condomínio onde a empreiteira teria reservado a opção de compra de também um triplex, em outra torre, para a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram cumpridos seis mandados de prisão temporária, 15 de busca e apreensão e outros dois de condução coercitiva. A operação aconteceu simultaneamente em São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e Joaçaba (SC).
A Polícia Federal deflagrou na data um conjunto de mandados de busca e apreensão na residência e escritórios de investigados na Operação Lava Jato. O objetivo foi cumprir 53 mandados expedidos pelo STF referentes a sete processos contra políticos.
O principal alvo foi o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). Sua residência oficial em Brasília e apartamento no Rio de Janeiro foram revistados para evitar a destruição de provas que podem contribuir com a investigação da Lava Jato. Foram revistados também nomes importantes da cúpula do PMDB, como os ministros Henrique Alves e Celso Pansera, o ex-ministro Edison Lobão, entre outros.
A operação foi batizada de Catilinárias, em referência a discursos do cônsul romano Cícero contra o senador Catilina, que pretendia tomar o poder e derrubar o governo republicano.
5. 21ª fase (24/11/2015) — "Passe Livre"zoom_out_map
5/27(Ueslei Marcelino/ Reuters)
As investigações da 21ª fase da Lava Jato estão concentradas na contratação sem licitação do navio-sonda Vitória 10.000 do Grupo Schahin para a Petrobras. De acordo com a PF, o empresário José Carlos Bumlai teria atuado como lobista para fraudar o procedimento licitatório como forma de pagamento de empréstimos ao Grupo. Bumlai foi preso preventivamente e outros 25 mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva foram deflagrados. Além de receber propinas pelo lobby, Bumlai teria tido empréstimos perdoados pelo Grupo Schahin em troca do contrato. Em outubro de 2004, Bumlai contraiu um empréstimo no valor de R$ 12 milhões que nunca foi quitado. Em dezembro de 2005, depois de novos pedidos de recurso, o valor já somava 18 milhões de reais. "Segundo as apurações, complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados com o objetivo de ocultar a real destinação dos valores indevidos pagos a agentes públicos e a diretores da estatal", afirmou a PF em nota. "Existem indicativos claros do uso de falsos documentos para a falsa quitação".
Batizada de "Corrosão", a 20ª fase da Operação Lava Jato investiga ex-funcionários da Petrobras que supostamente teriam recebido propina em contratos das refinarias Abreu e Lima e Pasadena. Na manhã desta segunda-feira, foram presos preventivamente Roberto Gonçalves, ex-gerente executivo da Petrobras, e Nelson Martins Ribeiro, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção. Foram cumpridos ainda 11 mandados de busca e apreensão e 5 de condução coercitiva.
7. 19ª fase (21/09/2015) — “Nessum Dorma”zoom_out_map
7/27(Divulgação/ Engevix)
A 19ª fase da Operação Lava Jato teve como foco pagamentos no exterior. José Antunes Sobrinho, um dos donos da Engevix, foi preso preventivamente. Ele é suspeito de ter recebido 140 milhões de reais em propina entre 2011 e 2013. Foram cumpridos 11 mandados judiciais, sendo sete de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e dois mandados de condução coercitiva em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.
8. 18ª fase (13/08/2015) — “Pixuleco II”zoom_out_map
8/27(André Richter/ABr)
"Pixuleco II" foi o desdobramento da fase que levou o ex-ministro da Casa Civil à prisão. A Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, São Paulo, Curitiba e no Distrito Federal. No mesmo dia, foi preso o ex-vereador petista Alexandre Oliveira Correa Romano - apontado pela PF como um dos operadores do esquema de corrupção,
A 17° fase da Operação Lava Jato foi deflagrada em 03 de agosto, com a prisão preventiva do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e a prisão temporária de seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva. Ainda foram presos Roberto Marques, ex-assessor de Dirceu, o lobista Fernando de Moura, Olavo de Moura, Pablo Kipersmit e Celso Araripe, engenheiro da Petrobras. Foram cumpridos, ainda, nove mandados de busca e apreensão e outros seis de condução coercitiva. Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A operação foi batizada de Pixuleco. O nome faz referência ao apelido dado pelo ex-presidente do PT João Vaccari Neto à propina recebida em forma de doação eleitoral, segundo a PF.
10. 16ª fase (28/07/2015) — "Radioatividade"zoom_out_map
10/27(Arquivo/Agência Brasil)
Foi deflagrada na manhã do dia 28 de julho a 16° fase da Operação Lava Jato. Batizada de "Radioatividade", a nova fase tem como foco os contratos firmados por empresas mencionadas durante a investigação com a Eletronuclear – subsidiária da Eletrobras –, as obras da usina nuclear Angra 3 e pagamentos de propina a funcionários da estatal. Foram cumpridos 23 mandados de buscas e apreensão, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva em Brasília, Rio de Janeiro, Niterói (RJ), São Paulo e Barueri (SP). Um dos presos é Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor-presidente da Eletronuclear.
Deflagrada na manhã de 14 de julho, a Operação Politéia é a primeira fase da Operação Lava Jato voltada para a investigação de políticos suspeitos de envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras. Foram cumpridos 53 mandados de busca de apreensão na casa de seis políticos, entre eles o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Na casa da Dinda, mansão do ex-presidente, foram apreendidos três veículos de luxo: uma Ferrari, um Porsche e uma Lamborghini. O nome da operação faz referência ao livro "A República", de Platão, que descreve uma cidade perfeita, na qual a ética prevalece sobre a corrupção.
12. 15ª fase (02/07/2015) — "Conexão Mônaco"zoom_out_map
12/27(Gabriel Jose/Reuters)
Batizada de Conexão Mônaco, a 15° fase da Operação Lava Jato foi marcada pela prisão preventiva do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada. Zelada foi citado como um dos beneficiários do esquema de corrupção por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. O ex-gerente de serviços da estatal, Renato Duque, também mencionou Zelada no esquema de pagamento de propina. Foram cumpridos outros quatro mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e Niterói.
13. 14ª fase (19/06/2015) — "Erga Omnes"zoom_out_map
13/27(Rodolfo Buher/ REUTERS)
A 14ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada na madrugada do dia 19 de junho com 59 mandados judiciais, incluindo a prisão de Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, de Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez e de outros dez executivos das companhias. Batizada de Erga Omnes, expressão em latim que significa “vale para todos”, a 14ª fase investiga crimes de formação de cartel, fraude a licitações, corrupção, desvio de verbas públicas, lavagem de dinheiro, entre outros. Segundo a Polícia Federal, as duas construtoras operavam um esquema mais “sofisticado” na hora de pagar propina a funcionários da Petrobras, e faziam os depósitos em contas no exterior.
Deflagrada no dia 21 de maio, a 13ª fase da Operação Lava Jato teve como alvo as atividades de operadores financeiros que atuavam juntos em contratos firmados por empreiteiras com a Petrobras. Seis mandados judiciais foram cumpridos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Na ocasião, foi preso Milton Pascowitch, dono da Jamp Engenheiros Associados. O empresário é um dos acusados de ser operadores de propina nos contratos de construção de 29 sondas para exploração de petróleo em águas profundas, pela Petrobras.
A 12ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada no dia 15 de abril com a prisão do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A prisão foi decretada depois que os investigadores encontraram depósitos nas contas da mulher e da cunhada de Vaccari, vistos como indícios de propina no esquema de corrupção na Petrobras. Além de prender o tesoureiro do PT, a Polícia Federal cumpriu também mandado de condução coercitiva de Giselda Rouse de Lima, mulher de Vaccari. Por conveniência, Giselda foi ouvida em sua casa. Os policias disseram que o teor de seu depoimento não acrescentou à investigação. Marice Correa de Lima, cunhada de Vaccari, se entregou à polícia no dia 17 de abril. Seis dias depois, foi solta após surgirem dúvidas se de fato era ela quem aparecia no vídeo de uma agência bancária – considerado, até então, como uma prova de que ela movimentava dinheiro com origem de corrupção para a conta da irmã Giselda.
16. 11ª fase (10/04/2015) — "A Origem"zoom_out_map
16/27(Polícia Federal de Curitiba)
A Polícia Federal deflagrou no dia 10 de abril a 11ª fase da Operação Lava Jato. Batizada de “A Origem”, esta etapa levou para a prisão os ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR e hoje sem partido), Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), além de quatro pessoas ligadas a eles. O nome da fase da operação faz referência às suspeitas contra os ex-parlamentares, cujo envolvimento com o esquema foi descoberto nas primeiras etapas da investigação, no ano passado. A investigação abrange, além de fatos ocorridos no âmbito da Petrobras, desvios de recursos ocorridos em outros órgãos públicos federais, como fraudes em contratos publicitários do Ministério da Saúde e da Caixa Econômica Federal. A fase tem por objetivo apurar fatos criminosos atribuídos a três grupos de ex-agentes políticos, abrangendo os crimes de organização criminosa, quadrilha ou bando, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a procedimento licitatório, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência. Cerca de 80 policiais federais cumpriam 32 mandados judiciais: 7 mandados de prisão, 9 mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
17. 10ª fase (16/03/2015) — "Que país é esse"zoom_out_map
17/27(Polícia Federal – Curitiba)
Em 16 de março de 2015, a Polícia Federal desencadeou a décima fase da Operação Lava Jato, intitulada “Que país é esse”. A frase foi dita pelo ex-diretor da Petrobras Renato Duque em uma conversa com seu advogado em novembro do ano passado, durante o cumprimento do mandado de prisão. Duque é um dos suspeitos de envolvimento no esquema. Após ser informado pelos agentes da PF de que seria transferido do Rio de Janeiro, onde mora, para a Superintendênciada Polícia Federal em Curitiba, o ex-diretor reagiu indignado: "O que é isso? Que país é esse?". O diálogo foi captado por meio de uma escuta telefônica feita pelos policiais. Cerca de 40 policiais federais cumpriram 18 mandados judiciais no Rio de Janeiro e em São Paulo: dois de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão. Os presos são investigados pela prática de crimes como associação criminosa, uso de documento falso, corrupção passiva e corrupção ativa, além de fraude em processo licitatório e lavagem de dinheiro. Nesta fase da operação, a PF apreendeu mais de 100 obras de arte na casa de Renato Duque.
Em fevereiro, tem início a 9ª fase da Operação Lava Jato, que foi batizada pela Polícia Federal de "My Way". A alusão à famosa canção de Frank Sinatra deve-se à maneira como o ex-diretor de serviços da Petrbras Renato Duque era chamado pelo ex-gerente Pedro Barusco. O objetivo da fase era produzir provas sobre pagamentos de propinas para agentes públicos relacionados à diretoria de serviço da Petrobras e à BR Distribuidora, subsidiária da empresa. Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, três de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 40 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. Dentre os alvos da ação está tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que foi levado para prestar esclarecimentos à polícia. O volume de dinheiro em espécie apreendido na nona fase da Lava Jato supera os R$ 3 milhões. Também foram apreendidas 35 obras de arte, 518 relógios de luxo, cinco veículos de alto valor de mercado, grande quantidade de documentos e notas fiscais e munições.
Em janeiro de 2015, a PF cumpre o mandado de prisão preventiva do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Ele foi preso ao desembarcar de Londres no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, acusado de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Os depoimentos e provas colhidas em decorrência das colaborações, bem como a análise de materiais apreendidos, documentos, dados bancários e interceptações telefônicas, permitiram o avanço das apurações em direção às grandes empresas acusadas de corromper os agentes públicos. Em 14 de novembro de 2014, a PF em conjunto com a Receita Federal cumpre 49 mandados de busca, 6 de prisão preventiva, 21 de prisão temporária e 9 de condução coercitiva, em diversas cidades do país, especialmente em grandes empresas de construção como Engevix, Mendes Júnior, OAS, Camargo Correa, Galvão Engenharia, UTC Engenharia, IESA, Queiroz Galvão e Odebrecht.
Na sexta fase da Operação Lava Jato, a PF cumpriu 15 mandados de busca e um de condução coercitiva. Em trabalho integrado com a força-tarefa do Ministério Público Federal, os auditores fiscais da Receita Federal forneceram um dossiê contendo provas de que Paulo Roberto Costa e familiares estavam envolvidos na lavagem de milhões de reais oriundos da Petrobras.
Em 1º de julho, a PF cumpriu sete mandados de busca, um de prisão temporária e um de condução coercitiva. O preso foi um auxiliar do doleiro Alberto Youssef que seria responsável por movimentar uma conta na Suíça, segundo a PF.
Na quarta fase, a PF cumpriu um mandado de busca e um mandado de prisão preventiva – a do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que respondia em liberdade. A Justiça temia que ele tentasse fugir do país por ter mais de US$ 23 milhões em bancos na Suíça.
Na terceira fase da Lava Jato, deflagrada em 11 de abril de 2014, a PF cumpriu 16 mandados de busca, três de prisão temporária e seis de condução coercitiva (para que a pessoa seja ouvida em depoimento, mas não presa). O foco era aprofundar as investigações sobre os doleiros. Nesse mesmo dia, a Petrobras voluntariamente colaborou e entregou os documentos procurados, evitando buscas e apreensões.
Em 20 de março, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi preso e foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro. Em seguida, os procuradores da República viriam a acusar o ex-diretor e seus familiares pelo crime de obstrução à investigação de organização criminosa.
Em 17 de março de 2014, a PF deflagra a primeira fase ostensiva da Operação Lava Jato. Foram cumpridos 130 mandados judiciais em sete estados. Dezessete pessoas foram presas, entre elas, Alberto Youssef, doleiro suspeito de comandar o esquema de lavagem de dinheiro.
27. Veja agora os bens vendidos no maior leilão da Lava Jatozoom_out_map