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PF apreende comprovantes na casa de Aécio com inscrição "cx 2"

A lista de materiais apreendidos inclui telefones celulares, obras de arte, documentos e anotações sobre a Construtora Norberto Odebrecht e Joesley Batista

Aécio Neves: no gabinete do tucano, foram apreendidas "planilhas com indicações para cargos federais" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Aécio Neves: no gabinete do tucano, foram apreendidas "planilhas com indicações para cargos federais" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de maio de 2017 às 18h50.

No relatório sobre o material apreendido no gabinete e nas residências do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) durante a Operação Patmos, deflagrada no dia 18, a Polícia Federal diz ter encontrado "diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição 'CX 2'".

A lista completa de materiais apreendidos inclui telefones celulares, obras de arte, documentos e anotações sobre a Construtora Norberto Odebrecht e Joesley Batista.

No apartamento que o senador tem na Avenida Vieira Souto, no Rio os agentes encontraram "diversos documentos acondicionados em saco plástico transparente, dentre eles um papel azul com senhas" e "diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição caixa 2".

Um aparelho bloqueador de sinal telefônico também foi apreendido além de uma escultura e 15 quadros - um deles com a inscrição "Portinari".

Já no gabinete do tucano no Senado, foram apreendidas "planilhas com indicações para cargos federais" e cópias de uma agenda de 2016 com os nome do empresário Joesley Batista e da irmã de Aécio, Andrea Neves, presa durante a operação.

E também "folha manuscrita contendo dados do CNO (Construtora Norberto Odebrecht)".

Há ainda o registro de um "papel manuscrito contendo anotações citando o ministro Marcelo Dantas", em uma possível indicação ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, investigado em um dos inquéritos da Lava Jato.

O relatório do material apreendido no gabinete do senador inclui "folhas impressas no idioma aparentemente alemão, relative a Nobert Muller".

Norbert Muller e a esposa Christine Puchmann são doleiros que já foram investigados na Justiça Federal do Rio de Janeiro, na Operação Norbert.

O casal, segundo as investigações no Rio de Janeiro, seria responsável por criar e manter contas bancárias em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa. Na investigação havia uma referência a Inês Maria Neves Faria, mãe do senador Aécio Neves.

Os doleiros foram denunciados, mas o inquérito foi arquivado.

O senador cassado Delcídio Amaral, quando fez acordo de colaboração premiada, relatou ter ouvido de José Janene - ex-líder do PP, morto em 2010 - que Aécio Neves era beneficiário "de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato; que essa fundação seria sediada em Liechtenstein; que o declarante não sabe precisar, mas ao que parece, a fundação estaria em nome da mãe ou do próprio Aécio Neves".

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