Computadores; biblioteca (Jeffrey Greenberg/Getty Images)
O percentual de crianças de 6 e 7 anos que não sabe ler e escrever quase dobrou no período da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Os dados sobre o analfabetismo entre os mais jovens foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua pesquisa “todos pela educação”.
No total, cerca de 2,4 milhões de crianças brasileiras não foram alfabetizadas nesta faixa etária. Isso representa cerca de 40,8% do total dos brasileiros dessa idade.
Alfabetizar uma criança nessa faixa etária é fundamental, pois uma alfabetização ruim pode ter consequências negativas para o resto da vida, pessoal e profissional.
Para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a alfabetização é um dos pontos focais dos dois primeiros anos do ensino fundamental.
Segundo o documento, a leitura é fundamental nessa fase da vida, pois é a base para que uma criança possa desenvolver melhor suas habilidades e, dessa forma, aumentar sua cultura nos anos seguinte de vida.
O problema não é apenas das escolas, que durante a pandemia ficaram fechadas por quase dois anos. Mas também das famílias, que muitas vezes não tem recursos - ou preparo cultural - para adquirir livros para suas crianças.
E essa carência grave da leitura quando jovens acaba condenado milhões de jovens brasileiros a uma vida de extrema dificuldade de aprendizado.
Entretanto, Brasil afora existem projetos que tentam aliviar essa situação lamentável, dando oportunidade para as crianças mais pobres de ler.
Um deles é o projeto "Nunca desista dos seus sonhos", uma rede de bibliotecas infantis dentro de creches carentes e escolas em situação de vulnerabilidade.
O projeto existe a mais de 6 anos e conta com mais de 18 bibliotecas infantis espalhadas em cidades do interior de Goiás.
Cada biblioteca tem um acervo de 3.500 a 4.000 livros, todos oriundos de campanhas de arrecadação.
O projeto "Nunca desista dos seus sonhos" tem vários apoiadores de peso, artistas como: o cantor Felipe Araújo, Tiago Abravanel, Andressa Suita, Maiara & Maraisa, Carlinhos Maia, o ator Reynaldo Gianecchini entre outros.
Todos já ajudaram diretamente o fundador, o escritor Ricardo Cabello, a criar essa rede de bibliotecas.
"Meu objetivo é criar o hábito da leitura entre pais e filhos, ajudando milhares de crianças e famílias em situação de vulnerabilidade", explica Cabello.
O escritor salienta como sua vida foi transformada através dos livros, e é por isso que deseja fazer o mesmo com as crianças que não tem acesso à leitura ou não tem condições de comprar um livro.
"A leitura muda vidas. Livros mudam o mundo. E quero contribuir com isso", diz Cabello.