Patrulha escolar será reforçada com R$ 150 milhões após ataque em Blumenau
Anúncio foi feito no dia em que um homem invadiu uma creche em Blumenau, Santa Catarina
Agência de notícias
Publicado em 6 de abril de 2023 às 07h14.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta quarta-feira, 5, que o governo federal vai destinar, por meio de edital, R$ 150 milhões para reforçar o patrulhamento escolar em colégios da rede municipal e estadual de ensino no Brasil. A pasta vai ainda alocar 50 policiais para monitorar a internet e averiguar a existência de outras ameaças de ataques.
O anúncio das medidas foi feito no dia em que um homem de 25 anos invadiu um creche e matou quatro crianças, deixando outras cinco feridas em Blumenau, Santa Catarina.
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"O valor inicial destinado é de R$ 150 milhões do fundo nacional de segurança pública, que serão ofertados aos Estados e municípios que detêm a competência constitucional para fazer esse patrulhamento ostensivo", afirmou Flávio Dino em entrevista coletiva concedida ao lado de outros ministros. "Com isso, vamos fortalecer esse trabalho de policiamento e das guardas municipais."
A medida faz parte de um pacote de ações anunciado pelo Governo Federal que tem o objetivo de combater e prevenir os ataques dentro das escolas , que têm se intensificado nos últimos meses. Na semana passada, um estudante de 13 anos matou uma professora de 71 e feriu outras quatro com uma faca, em uma escola estadual na zona oeste de São Paulo.
Flavio Dino também informou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública vai contratar 50 policiais para monitorar grupos de internet, suspeitos de articular e estimular ataques semelhantes aos que aconteceram em Santa Catarina e em São Paulo.
"Estou constituindo, na nossa secretaria nacional de segurança pública, um grupo emergencial de monitoramento daquilo que é chamado de deep web, dark web, porque estamos vendo, no nosso País, uma ideia de pânico a ameaças a outras escolas, universidades", disse Dino. "Nós estamos, a partir de amanhã, com 50 policiais que vão se dedicar, nos próximos dias, exclusivamente ao monitoramento dessas ameaças na internet", afirmou.
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou também a criação de um grupo de trabalho interministerial para pensar e formular políticas públicas de enfrentamento e combate ao aumento da violência nas escolas do Brasil. "Que nesse grupo de trabalho possamos ouvir os secretários de educação, ouvir os prefeitos, os especialistas e (com isso) a gente poder construir politicas de prevenção à violência nas escolas", disse o ministro.
Santana informou que a primeira reunião desse grupo acontecerá nesta quinta-feira, às 10h30. A criação do GT, que contará com a participação dos ministérios da Educação, Justiça, Direitos Humanos e Secretaria-Geral da Presidência da República, deverá ser criado por meio de decreto ainda nesta quarta.
Flavio Dino definiu as ações a partir de duas vertentes: "emergenciais", que se referem ao reforço instantâneo de patrulhamento escolar e de monitoramento da internet; e também "estruturante", traduzido na criação do grupo interministerial, que ficará sob o comando do Ministério da Educação.
Ataque em Blumenau
O ataque à creche do Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, nesta quarta-feira, terminou com a morte de quatro crianças e deixou outras cinco feridas. O autor do crime foi preso.
Segundo os bombeiros, havia 40 crianças na creche nesta manhã e o agressor teria pulado o muro e atingido as vítimas de forma aleatória. "O autor pulou o muro armado com uma arma branca, do tipo machadinha, e desferiu golpes nas crianças, especialmente na região da cabeça, o que levou ao óbito dessas crianças", descreveu o tenente-coronel Diogo de Souza Clarindo, comandante do Batalhão de Bombeiros Militar em Blumenau.
"Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas. Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche Bom Pastor", escreveu pela manhã o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).