Antonio Patriota: "A nossa expectativa é que o Paraguai retorne o mais pronto possível assim que seja retomada a vigência democrática", afirmou o ministro (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 20h22.
Rio de Janeiro - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou nesta sexta-feira que o Paraguai poderia ser reintegrado ao Mercosul e à Unasul sem precisar esperar pela realização das eleições nesse país.
Patriota disse que o único condicionante legal para a reintegração do Paraguai aos organismos regionais é que os membros verifiquem "a retomada da vigência democrática" no país, não sendo necessário esperar pela realização das eleições presidenciais previstas para abril de 2013.
"A nossa expectativa é que o Paraguai retorne o mais pronto possível assim que seja retomada a vigência democrática. Isto exigirá uma avaliação do Mercosul e da Unasul", declarou Patriota em entrevista coletiva no Rio de Janeiro após uma reunião com o chanceler uruguaio Luis Almagro.
O ministro considerou "positiva" a manutenção do calendário eleitoral pelo governo paraguaio dirigido por Federico Franco que estava estabelecido desde a época de seu antecessor, Fernando Lugo, destituído do cargo em um julgamento político no mês de junho, motivando a suspensão do país da Unasul e do Mercosul.
Almagro afirmou que "o tempo pode curar" a situação do Paraguai, no sentido de que "o resultado das eleições represente uma solução para o país e para sua reintegração à comunidade sul-americana".
"Esperemos que esse processo eleitoral seja limpo, claro, transparente, com garantias para todos, especialmente para aqueles que foram depostos do governo e mais concretamente para o presidente Lugo e os setores de esquerda. Espero que através desse processo eleitoral claro e transparente o Paraguai chegue a uma solução", afirmou.
O chanceler uruguaio expressou que "é bom" que sejam implementados os mecanismos de observação internacional para a concessão de "garantias máximas" ao processo eleitoral.
Almagro afirmou que o Mercosul vive "o seu melhor momento político" devido à posição comum dos países na suspensão do Paraguai e pela incorporação da Venezuela.
Patriota garantiu que a suspensão do bloco não acarretou em "impactos" negativos para o povo e para a economia paraguaia, o que ficou evidenciado pelo aumento dos fluxos comerciais nos últimos meses.