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Partidos lançam manifesto pela união do centro em evento esvaziado

No manifesto, os líderes do PSDB, PPS, PSD e MDB apresentam 17 propostas para que o candidato à Presidência que possa vir a ser apoiado pelo grupo

Geraldo Alckmin: os 19 políticos presentes, a maioria - 13 - era do PSDB, legenda que tem o ex-governador paulista como presidenciável (Adriano Machado/Reuters)

Geraldo Alckmin: os 19 políticos presentes, a maioria - 13 - era do PSDB, legenda que tem o ex-governador paulista como presidenciável (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de junho de 2018 às 18h09.

Brasília - Em evento esvaziado e sem a presença de nenhum pré-candidato ao Palácio do Planalto, lideranças de PSDB, PPS, PSD e MDB lançaram nesta terça-feira, 5, manifesto defendendo a união dos partidos de centro nas eleições presidenciais deste ano.

Dos 19 políticos presentes, a maioria - 13 - era do PSDB, legenda que tem o ex-governador paulista Geraldo Alckmin como presidenciável.

Um dos principais idealizadores do documento, o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) afirmou em discurso que o manifesto não visa tirar o protagonismo dos pré-candidatos, mas abrir portas e gerar pontes para diálogo entre siglas desse campo político.

"Não queremos substituir a iniciativa e o protagonismo dos pré-candidatos, que são os maiores atores. Queremos nos restringir ao papel de fermento", afirmou o tucano, que é secretário-geral do partido de Alckmin.

Pestana disse que os signatários do manifesto vão procurar pré-candidatos e "pessoas centrais" desse campo para tentar construir uma aliança. Entre elas, citou Alckmin; o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o senador Alvaro Dias (Podemos-PR); a ex-senadora Marina Silva (Rede); e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) - todos eles pré-candidatos ao Planalto por seus respectivos partidos.

Outro signatário do manifesto, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), sugeriu em discurso uma reunião entre os dirigentes dos partidos que assinaram o documento - além de integrantes do PSDB, PPS, PSD e MDB, assinaram o manifesto políticos do PTB, PV, do DEM, além de cientistas políticos como Luiz Werneck Vianna, e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann (sem partido).

"Não estamos criando aqui inimigos, estamos definindo posições. Se vai ter a unidade de apenas um candidato representando, isso só o processo vai dizer. Mas esse (manifesto) foi o primeiro passo", declarou Freire.

"A bola agora está com os candidatos. Lançamos a bola, mas queremos estar perto deles", afirmou o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), também signatário do manifesto.

Representando especialistas, o historiador Alberto Aggio afirmou em discurso que o manifesto tem caráter político e não eleitoral. "Não tem uma candidatura, não postula um programa eleitoral. Esse manifesto cumpre a função de reorientação da política democrática brasileira. É uma saudável oxigenação do sistema político brasileiro", discursou o especialista.

No manifesto, os líderes apresentam 17 propostas para que o candidato à Presidência da República que possa vir a ser apoiado pelo grupo. Entre as medidas, estão "modernização" do licenciamento ambiental, reformas da previdência - com adoção de um sistema único para servidores e trabalhadores da iniciativa privada - e tributária, sem aumento de impostos. Também pregam manutenção no Bolsa Família, mas "recuperando seu caráter educacional".

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também foi um dos idealizadores do manifesto. Ele não esteve presente no lançamento, mas enviou mensagem na qual afirma que eleições deste ano representam a chance de recuperar a "legitimidade democrática da autoridade política" e que o Brasil precisa recuperar a confiança no futuro e que não se chegará lá voltando ao "autoritarismo" ou ao "lulopetismo".

"As eleições de outubro serão um divisor de águas na história do País. As lideranças políticas precisam enxergar que está em jogo a recuperação da legitimidade democrática da autoridade política ou a desorganização política, econômica e social do Brasil", diz FHC na mensagem, sem mencionar o nome do presidente Michel Temer, que chegou ao poder em 2016 após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

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