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Parlasul mostra preocupação por "grave situação" no Brasil

O texto do Parlamento do Mercosul também condena a militarização e a repressão violenta às manifestações pacíficas que têm sido realizadas no país

Protesto contra Temer: para o presidente da mesa, o Parlasul atuou "à altura" com a aprovação da resolução (Pilar Olivares/Reuters)

Protesto contra Temer: para o presidente da mesa, o Parlasul atuou "à altura" com a aprovação da resolução (Pilar Olivares/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de maio de 2017 às 19h30.

Última atualização em 29 de maio de 2017 às 20h47.

Montevidéu - O parlamento do Mercosul (Parlasul) expressou preocupação nesta segunda-feira pela "grave situação institucional" vivida pelo Brasil depois de o presidente Michel Temer ter sido acusado de corrupção.

"O Parlasul declara sua preocupação pela grave situação institucional do Brasil, que gera incerteza política e social não só no país irmão, mas também em toda a região e no Mercosul", indica um dos pontos da declaração aprovada por unanimidade hoje.

Além disso, o texto pede que os problemas no Brasil sejam resolvidos "sem ingerência".

O presidente da mesa diretora do Parlasul, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), avaliou a aprovação do texto, que também condena a militarização e a repressão violenta às manifestações pacíficas que têm sido realizadas no país.

"No último dia 24 de maio, o presidente em exercício convocou as Forças Armadas para reprimir uma manifestação absolutamente pacífica. Lamentavelmente, alguns jornais indicaram uma violência popular e depois uma reação das forças militares. Foi exatamente o contrário", disse Chinaglia aos jornalistas.

Segundo o deputado, as pessoas apenas queriam pedir eleições diretas e a saída de Temer. "Tudo isso foi reduzido a uma atitude de provocação que resultou em uma repressão totalmente desproporcional", indicou.

Para Chinaglia, o Parlasul atuou "à altura" com a aprovação da resolução discutida hoje.

O também deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse que muitas pessoas foram presas na última manifestação em Brasília.

Para o parlamentar, esses detidos podem ser considerados "presos políticos". "Quando manifestantes no exercício dos seus direitos são presos, nós temos presos políticos", resumiu.

Wylys destacou que há no Brasil um "governo corrupto e ilegítimo", que se mantém no poder "à custa da repressão".

Outro dos pontos que foram aprovados na sessão do Parlasul pede uma missão de cidadania e direitos humanos para realizar um acompanhamento da crise institucional, política e social no Brasil. Os resultados devem ser informados ao plenário do órgão.

O deputado federal Major Rocha (PSDB-AC) destacou que o país vive uma crise ética e moral grave, mas ressaltou que o Ministério Público e as forças de segurança funcionam "a pleno vapor".

"No Brasil, as coisas caminham com o funcionamento das instituições que estão cumprindo seu papel, prendendo aqueles que se envolveram em atos corruptos", indicou.

Na avaliação do deputado, durante os protestos de Brasília, havia pessoas com "clara intenção de criar o caos". Ainda assim, Rocha afirmou que nada justifica a repressão violenta da polícia.

No início da sessão, o parlamentar argentino Jorge Taiana apresentou uma moção para modificar a ordem do dia para discutir exclusivamente a situação política no Brasil e na Venezuela, o que foi aprovado pela maioria.

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