Brasil

Paraná e Rússia fecham parceria para produção de vacina contra a covid-19

Na terça-feira, o presidente russo Vladimir Putin anunciou que registrou a primeira vacina do mundo capaz de combater o coronavírus

Primeira: amostra de vacina contra covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou. (Fundo Russo de Investimento Direto/Reuters)

Primeira: amostra de vacina contra covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou. (Fundo Russo de Investimento Direto/Reuters)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 12 de agosto de 2020 às 16h04.

Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 17h18.

O governo do Paraná e a Rússia assinaram um "memorando de entendimentos", na tarde desta quarta-feira, 12, que abre caminho para o estado produzir a vacina Sputnik V, anunciada pelo governo russo como a primeira capaz de combater o coronavírus. O documento prevê que os testes da última fase também sejam realizados no Brasil. 

A reunião, por videoconferência, contou com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e o embaixador russo no Brasil, Sergey Akopov. Técnicos do Ministério da Saúde também participaram do encontro.

O estado colocou à disposição o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para realizar os testes e a produção da vacina. Está prevista ainda a transferência de tecnologia. Também será necessário o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com o presidente do Tecpar, Jorge Callado, esta é uma primeira etapa do acordo. "O próximo passo será montar uma força-tarefa com o objetivos de criar os termos desta parceria. Depois disso, vamos enviar aos órgãos regulatórios o pedido de autorização dos testes e de produção da vacina", disse ele em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

A expectativa de Callado é que dentro de um mês todo o documento seja enviado para a Anvisa. O presidente do Tecpar disse que ainda não recebeu os resultados das primeiras fases de testes da vacina russa, mas que deve receber nas próximas semanas.

De acordo com o governo do Paraná, com todas as aprovações, a expectativa seria de ter a vacina pronta no segundo semestre de 2021.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, causou alvoroço no mundo na terça-feira, 11, ao anunciar que registrou a primeira vacina capaz de combater o coronavírus. Cientistas ao redor do planeta pediram cautela com a declaração russa por considerarem muito precoce ter uma vacina em um tempo tão curto. Além disso, pouco se sabe sobre os estágios de testes.

Técnicos do Ministério da Saúde disseram na terça-feira que ainda não havia provas de segurança e eficácia que justifiquem abrir negociações para a compra do produto com recursos do governo federal. 

Há duas semanas, o governador Ratinho Junior conversou com o embaixador da China no Brasil, QU Yuhui, para negociar a produção da vacina do laboratório Sinopharm. O governo do estado já enviou para a Assembleia Legislativa uma emenda à LDO para o exercício de 2021 prevendo 110 milhões para a compra de vacinas contra a covid-19.

As outras duas vacinas que estão com as pesquisas mais aceleradas, a de Oxford e a do laboratório chinês Sinovac, podem ter o registro somente no fim do ano. Isso se todos os testes mostrarem resultados positivos na imunização e sem efeitos colaterais significativos.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusParanáRússia

Mais de Brasil

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos

Planejamento, 'núcleo duro' do MDB e espaço para o PL: o que muda no novo secretariado de Nunes

Lula lamenta acidente que deixou ao menos 38 mortos em Minas Gerais: 'Governo federal à disposição'

Acidente de ônibus deixa 38 mortos em Minas Gerais