Exame Logo

Para relator, absolvição de Donadon constrange Câmara

Sergio Zveiter (PSD-RJ) lamentou a decisão e defendeu a aprovação da PEC do Voto Aberto

Natan Donadon: 233 deputados votaram pela cassação (quando o mínimo necessário era de 257), 131 votaram contra e 41 se abstiveram (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 20h25.

Brasília - Relator do parecer que pedia a cassação de Natan Donadon (sem partido-RO), o deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ) lamentou a decisão do plenário da Câmara dos Deputados que livrou o parlamentar da perda do mandato e defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Aberto. "O constrangimento que vamos viver a partir deste momento deve apressar nossa decisão de que, em casos como este, o plenário seja submetido ao voto aberto", afirmou em nota distribuída por sua assessoria.

Um dia após manter o mandato de Donadon, preso no Complexo Penitenciário da Papuda após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, os deputados mostraram desconforto diante da situação. Nesta quarta-feira, 28, 233 deputados votaram pela cassação (quando o mínimo necessário era de 257), 131 votaram contra (incluindo o próprio Donadon, que teve seu voto desconsiderado pela Mesa Diretora da Casa) e 41 se abstiveram. Cento e quatro parlamentares não votaram na sessão de ontem. "Quem tem de se explicar são os que não votaram", cobrou o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ).

"Esta legislatura será lembrada como a que afirmou, pelo voto oculto e pela omissão de sua maioria, que ser condenado por roubo ao Erário e formação de quadrilha é incompatível com o exercício da função parlamentar", destacou nota da bancada do PSOL na Câmara.

Em defesa do voto aberto, alguns deputados chegaram a publicar nas redes sociais vídeos onde aparecem votando pela cassação de Donadon. O tucano Bruno Araújo (PE) foi um dos que fez questão de destacar a imagem em seu perfil no Facebook.

Já o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) escreveu no Twitter que estava "perplexo, envergonhado e desolado" com a decisão da Câmara. Em um vídeo, Rollemberg diz que a não cassação de Donadon é uma "provocação". "A Câmara ultrapassou todos os limites do bom senso", criticou.

Comoção

Na sessão que livrou Donadon da perda do mandato, deputados contam que ficaram impactados com o discurso do colega preso. Em 40 minutos de exposição de sua defesa, Donadon falou do sofrimento que tem vivido, do cárcere "desumano", da falta d'água e da alimentação no presídio. "A xepa não é de boa qualidade", reclamou Donadon.

Os parlamentares também ouviram relatos dos policiais legislativos que receberam o deputado na chegada do presídio e se "comoveram" com a situação. Apesar de usar terno e gravata, Donadon chegou num camburão, com os braços para trás e algemado. "A própria Polícia (Legislativa) achou exagerada (a medida)", revelou um deputado.

Veja também

Brasília - Relator do parecer que pedia a cassação de Natan Donadon (sem partido-RO), o deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ) lamentou a decisão do plenário da Câmara dos Deputados que livrou o parlamentar da perda do mandato e defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Aberto. "O constrangimento que vamos viver a partir deste momento deve apressar nossa decisão de que, em casos como este, o plenário seja submetido ao voto aberto", afirmou em nota distribuída por sua assessoria.

Um dia após manter o mandato de Donadon, preso no Complexo Penitenciário da Papuda após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, os deputados mostraram desconforto diante da situação. Nesta quarta-feira, 28, 233 deputados votaram pela cassação (quando o mínimo necessário era de 257), 131 votaram contra (incluindo o próprio Donadon, que teve seu voto desconsiderado pela Mesa Diretora da Casa) e 41 se abstiveram. Cento e quatro parlamentares não votaram na sessão de ontem. "Quem tem de se explicar são os que não votaram", cobrou o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ).

"Esta legislatura será lembrada como a que afirmou, pelo voto oculto e pela omissão de sua maioria, que ser condenado por roubo ao Erário e formação de quadrilha é incompatível com o exercício da função parlamentar", destacou nota da bancada do PSOL na Câmara.

Em defesa do voto aberto, alguns deputados chegaram a publicar nas redes sociais vídeos onde aparecem votando pela cassação de Donadon. O tucano Bruno Araújo (PE) foi um dos que fez questão de destacar a imagem em seu perfil no Facebook.

Já o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) escreveu no Twitter que estava "perplexo, envergonhado e desolado" com a decisão da Câmara. Em um vídeo, Rollemberg diz que a não cassação de Donadon é uma "provocação". "A Câmara ultrapassou todos os limites do bom senso", criticou.

Comoção

Na sessão que livrou Donadon da perda do mandato, deputados contam que ficaram impactados com o discurso do colega preso. Em 40 minutos de exposição de sua defesa, Donadon falou do sofrimento que tem vivido, do cárcere "desumano", da falta d'água e da alimentação no presídio. "A xepa não é de boa qualidade", reclamou Donadon.

Os parlamentares também ouviram relatos dos policiais legislativos que receberam o deputado na chegada do presídio e se "comoveram" com a situação. Apesar de usar terno e gravata, Donadon chegou num camburão, com os braços para trás e algemado. "A própria Polícia (Legislativa) achou exagerada (a medida)", revelou um deputado.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCorrupçãoEscândalosFraudesPolíticaPolítica no Brasil

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame