Para prefeitos, equívocos do governo federal causam falta de vacina
Frente Nacional dos Prefeitos se posicionou nesta terça-feira, 16, sobre a falta de vacinas no país. Entidade aponta sucessivas falhas do governo federal na condução do Plano Nacional de Imunizações
Fabiane Stefano
Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 06h10.
A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) se posicionou nesta terça-feira, 16, por meio de nota oficial, sobre a escassez e falta de vacinas no País - cidades como Rio, Salvador, Cuiabá, Aracaju e Florianópolis relatam ter parado ou reduzido o ritmo da vacinação.
No documento, a entidade afirma que os sucessivos equívocos do governo federal na coordenação do enfrentamento à covid-19 e na condução do Plano Nacional de Imunizações estão diretamente ligados à escassez e à falta de doses de vacinas em cidades de todo o País.
O presidente da entidade, o prefeito Jonas Donizette, afirma que os prefeitos fizeram a sua parte: "Houve eficiência na aplicação da vacina, ou seja, aquilo que os prefeitos e as cidades se propuseram a fazer, foi feito e bem feito e num ritmo bem acelerado. Agora, o problema da escassez quem tem de resolver é o Ministério da Saúde".
A FNP cobra do Ministério da Saúde um cronograma com prazos e metas estipulados para a vacinação de cada grupo: por faixa etária, doentes crônicos, categorias de profissionais. "O Brasil não soube lidar com a pandemia, não restam dúvidas, mas, prefeitas e prefeitos, que sempre solicitaram e incentivaram a organização nacional, agora exigem respostas" afirma a FNP.
Em janeiro, a FNP solicitou, durante reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e mais de 130 governantes das médias e grandes cidades do País, encontros para o acompanhamento das imunizações no País. Na ocasião, ficou acordado que a cada dez dias o ministro se reuniria com a comissão de prefeitos. Desde então, passados mais de 30 dias, nenhum agendamento foi feito.
O documento ainda cita insatisfações com as prioridades do governo, como pautas de costumes ou regramento sobre aquisição de armas e munições e que "isso é um desrespeito com a história dos mais de 239 mil mortos e uma grave desconsideração com a população. Prefeitas e prefeitos reafirmam que a prioridade do país precisa ser, de forma inequívoca, a vacinação em massa".