Situação dos hospitais em Manaus é de colapso (Bruno Kelly/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 16h56.
Última atualização em 14 de janeiro de 2021 às 17h13.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), assinou decreto que proíbe embarcações com passageiros do Amazonas a entrar no estado a partir desta quinta-feira, 14. Em vídeo divulgado, o governador classificou a medida como preventiva e justificou como uma forma de proteger os cidadãos paraenses de um aumento do número de casos e hospitalizações.
"Queria informar que nós estamos publicando um decreto estadual no dia de amanhã [hoje, quinta] proibindo a circulação de embarcações com passageiros vindos do Amazonas. Essa é uma medida preventiva, fundamental para que possamos evitar a ampliação do contágio dentro do estado do Pará e, consequentemente, os problemas de saúde em face da pandemia do novo coronavírus”, disse Barbalho.
De acordo com o governador, haverá também monitoramento da Polícia Militar do estado de embarcações e aeronaves para que seja cumprida a medida preventiva de restrição.
O Ministério da Infraestrutura afirmou que nenhuma rodovia federal, instalação portuária sob gestão federal, aeroporto ou porto será fechado por causa das medidas restritivas impostas pelo governo estadual do Pará ao Amazonas.
O anúncio vem no momento em que o número de sepultamentos em Manaus cresceu 193% em um mês em meio à explosão do número de infectados pelo coronavírus no Amazonas. Por causa do aumento dos casos de covid-19, o prefeito de Manaus, David Almeida, decretou estado de emergência na cidade pelo período de 180 dias para conter o avanço da pandemia na capital amazonense.
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) havia confirmado na terça-feira, 12, a identificação de uma nova linhagem do vírus da covid-19 com origem no Amazonas. A nova cepa brasileira é recente, provavelmente surgida entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
Denominada provisoriamente de B.1.1.28 (K417N/E484K/N501Y), a variante do SARS-CoV-2 é a que foi identificada recentemente pelo Japão em quatro viajantes (um homem e uma mulher adultos e duas crianças) que retornaram da região amazônica brasileira em 2 de janeiro. O pesquisador da Fiocruz Amazônia Felipe Naveca disse acreditar que a mutação não seja a única responsável pela aceleração de casos do novo coronavírus no estado.