Exame Logo

Para 64% dos brasileiros, mandato de Dilma não dura até 2018

Enverga, mas não quebra? Boa parte dos brasileiros aposta na renúncia de Dilma, segundo levantamento da Ideia Inteligência

Dilma Rousseff em desfile de 7 de setembro de 2015: participantes de pesquisa apostam em sua renúncia (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Talita Abrantes

Publicado em 16 de setembro de 2015 às 19h02.

São Paulo – Para uma boa parte dos brasileiros, o governo de Dilma Rousseff não dura até 2018, quando oficialmente aconteceriam novas eleições presidenciais. É o que revela sondagem feita pela consultoria Ideia Inteligência a pedido do Brazil Institute/Wilson Center, de Washington, nos Estados Unidos.

Segundo o levantamento, só 32% dos entrevistados pela consultoria apostam na hipótese de que a presidente consiga terminar o mandato até o dia 31 de dezembro de 2018.

Entre as pessoas que apostam no fim do mandato de Dilma, a maior parte crê na renúncia da petista.

Entre os analistas políticos, contudo, essa ideia ainda é remota. A própria Dilma tem afirmado repetidas vezes que irá lutar para permanecer no cargo. Exemplo disso foi seu discurso durante a Marcha das Margaridas, em agosto. Valendo-se do trecho de uma canção de Lenine, a presidente afirmou: "Podemos envergar, mas não quebramos. Seguimos em frente", disse.

A questão é até que ponto ela irá aguentar a pressão política por todos os lados. Nos últimos dias, o clima Planalto - que já não estava bom - ficou mais denso com o corte da nota de crédito do país e a necessidade do governo reagir (de maneira apressada) com medidas impopulares.

Apesar de ter sido concluído no dia em que o governo anunciou cortes e criação de novos impostos, o estudo endossa o cenário de baixas taxas de aprovação do segundo mandato.  No total, 71% dos entrevistados consideram a gestão de Dilma como ruim ou péssima – mesmo percentual computado pelo Datafolha em agosto passado.

Na corda bamba?

Ontem, deputados da Frente Parlamentar Pró-Impeachment enviaram uma questão de ordem ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, questionando os rituais para abertura de um processo de impeachment da petista. A ideia dos oposicionistas é começar o processo com base no parecer protocolado pelo jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).

No relatório, Bicudo afirma que o Brasil está mergulhado em uma crise econômica, política “e, sobretudo, moral”.  Ele vale-se de dois argumentos possíveis para embasar o documento contra a presidente.

Um deles é a manobra conhecida como “pedalada fiscal”, utilizada pelo governo para maquiar o resultado das contas públicas. O outro é a suspeita de que a campanha de Dilma à reeleição em 2014 recebeu dinheiro proveniente do caso de corrupção da Petrobras.

Na última segunda-feira, Cunha pediu a Bicudo que adequasse o pedido às regras do Parlamento. O jurista deve entregar uma nova versão até a próxima quinta-feira.

Até a última quinta-feira, segundo análise da consultoria Tendências, risco de impeachment estava em 30%.

Metodologia da pesquisa: Para chegar a esses dados, a Ideia Inteligência entrevistou 20 mil pessoas de 143 cidades brasileiras entre 10 e 14 de setembro. A margem de erro é de 1,3%.

São Paulo – Vinte e seis bilhões de reais. Isso é quanto o governo diz estar disposto a cortar “na própria carne” para fechar o próximo ano com as contas no azul, segundo o anúncio feito nesta segunda-feira pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). A meta do governo é reverter o déficit primário apresentado inicialmente na proposta orçamentária de 2016 (de R$ 30,5 bilhões) e garantir um superávit primário equivalente a 0,7% do PIB.  O programa mais afetado pelas medidas será o Minha Casa, Minha Vida. O governo pretende cortar cerca de 30% do investimento previsto para a construção de moradias populares no ano que vem. Só com o adiamento do reajuste salarial dos servidores públicos, o governo mira economizar 7 bilhões de reais. O novo plano prevê ainda suspensão de concursos públicos e limitação de alguns benefícios - propostas pouco palátaveis para o funcionalismo.  O governo prevê ainda R$ 28,4 bilhões em aumento de receitas com novas medidas arrecadatórias - entre elas, o retorno da CPMF.  Confira, nos slides, os números dos cortes do governo na máquina pública e qual era a proposta inicial do Orçamento 2016.
  • 2. .

    2 /13(EXAME.com)

  • Veja também

    .
  • 3. .

    3 /13(EXAME.com)

  • .
  • 4. .

    4 /13(EXAME.com)

    .
  • 5. .

    5 /13(EXAME.com)

    .
  • 6. .

    6 /13(EXAME.com)

    .
  • 7 /13(EXAME.com)

  • 8 /13(EXAME.com)

  • 9 /13(EXAME.com)

  • 10 /13(EXAME.com)

  • 11 /13(EXAME.com)

  • 12. Os 9 cortes do governo

    12 /13(Valter Campanato/ Agência Brasil)

    MedidaRedução do gasto com relação ao Orçamento 2016
    Adiamento do reajuste dos servidoresR$ 7 bilhões
    Suspensão de concursosR$ 1,5 bilhão
    Eliminação do abono de permanênciaR$ 1,2 bilhão
    Garantir implementação do teto remuneratório do serviço públicoR$ 800 milhões
    Redução do gasto com custeio administrativoR$ 2 bilhões
    Mudança de fonte do PAC - Minha Casa Minha VidaR$ 4,8 bilhões
    Mudança de fonte do PAC - além do Minha Casa Minha VidaR$ 3,8 bilhões
    Cumprir o gasto constitucional com saúdeR$ 3,8 bilhões
    Revisão de estimativa de gasto com subvenção agrícolaR$ 1,1 bilhão
    Total de cortesR$ 26 bilhões
  • 13. Veja agora ...

    13 /13(Valter Campanato/ABr)

  • Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Brasil

    Mais na Exame