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Paim condiciona permanência no PT a acordo por benefícios

Após um encontro com Lula, Paulo Paim explicou que deverá deixar o partido caso não sejam revistas MPs que retiram direitos dos trabalhadores

O senador Paulo Paim (PT-RS): "não voto contra o trabalhador e o aposentado" (Beto Oliveira/Senado)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2015 às 22h35.

Porto Alegre - Após um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , no fim da tarde desta segunda-feira, 23, em São Paulo, o senador Paulo Paim ( PT /RS) explicou que deverá deixar o partido caso não sejam revistas as Medidas Provisórias 664 e 665, que retiram direitos dos trabalhadores em prol do ajuste fiscal que vem sendo implementado pelo governo federal.

Foi o próprio Paim quem pediu a reunião com Lula, depois que de admitir publicamente, nos últimos dias, que cogitava sair do PT. Paim explicou a Lula que votará contra as MPs da forma como elas estão propostas, com regras mais restritivas para temas como abono salarial, seguro desemprego e auxílio doença.

"Não voto contra o trabalhador e o aposentado", afirmou o senador em entrevista. Ele já propôs 47 emenda às MPs para amenizar o impacto sobre os direitos trabalhistas, e também defende que seja incluído na negociação o fim do fator previdenciário na discussão.

De acordo com senador gaúcho, Lula disse compreender a posição de Paim e se mostrou "solidário" com as reivindicações, dizendo ser possível construir um "grande acordo" em torno das MPs, que satisfaçam ambas as partes - governo e sindicalistas. Segundo Paim, o ex-presidente se dispôs a ajudar no processo, mas disse que a negociação deve ser encabeçada pelas centrais sindicais. A votação está prevista para acontecer em até duas semanas.

Caso o governo mantenha sua posição e as MPs passem ilesas pelas comissões especiais do Congresso, seguindo para votação sem alteração, Paim afirma que "será obrigado" a votar contra o governo. "Desta forma o caminho natural seria sair do PT, pois minha situação ficaria insustentável", falou.

O senador já vem conversando com outros partidos, como o PDT, mas não descarta a formação de uma nova legenda, e afirma que a ideia de deixar o PT é compartilhada por outros senadores e deputados petistas.

Enquanto Paim tenta usar seu destino político como forma de pressão, os principais líderes sindicalistas se preparam para mais uma semana de trabalho em Brasília para tentar convencer deputados e senadores de que as Medidas Provisórias 664 e 665 retiram direitos dos trabalhadores e não devem ser aprovadas nas comissões especiais constituídas para debatê-las no Congresso.

Filiado ao PT desde 1985, Paim pautou sua vida política na luta pelos direitos dos trabalhadores. Recentemente, tem manifestado sua vontade de deixar o partido. Além da contrariedade com as MPs 664 e 665, vive um certo incômodo com a perda de espaço político dentro da legenda - na eleição do ano passado, foi proibido pelo diretório estadual de discursar em atos de campanha.

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Porto Alegre - Após um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , no fim da tarde desta segunda-feira, 23, em São Paulo, o senador Paulo Paim ( PT /RS) explicou que deverá deixar o partido caso não sejam revistas as Medidas Provisórias 664 e 665, que retiram direitos dos trabalhadores em prol do ajuste fiscal que vem sendo implementado pelo governo federal.

Foi o próprio Paim quem pediu a reunião com Lula, depois que de admitir publicamente, nos últimos dias, que cogitava sair do PT. Paim explicou a Lula que votará contra as MPs da forma como elas estão propostas, com regras mais restritivas para temas como abono salarial, seguro desemprego e auxílio doença.

"Não voto contra o trabalhador e o aposentado", afirmou o senador em entrevista. Ele já propôs 47 emenda às MPs para amenizar o impacto sobre os direitos trabalhistas, e também defende que seja incluído na negociação o fim do fator previdenciário na discussão.

De acordo com senador gaúcho, Lula disse compreender a posição de Paim e se mostrou "solidário" com as reivindicações, dizendo ser possível construir um "grande acordo" em torno das MPs, que satisfaçam ambas as partes - governo e sindicalistas. Segundo Paim, o ex-presidente se dispôs a ajudar no processo, mas disse que a negociação deve ser encabeçada pelas centrais sindicais. A votação está prevista para acontecer em até duas semanas.

Caso o governo mantenha sua posição e as MPs passem ilesas pelas comissões especiais do Congresso, seguindo para votação sem alteração, Paim afirma que "será obrigado" a votar contra o governo. "Desta forma o caminho natural seria sair do PT, pois minha situação ficaria insustentável", falou.

O senador já vem conversando com outros partidos, como o PDT, mas não descarta a formação de uma nova legenda, e afirma que a ideia de deixar o PT é compartilhada por outros senadores e deputados petistas.

Enquanto Paim tenta usar seu destino político como forma de pressão, os principais líderes sindicalistas se preparam para mais uma semana de trabalho em Brasília para tentar convencer deputados e senadores de que as Medidas Provisórias 664 e 665 retiram direitos dos trabalhadores e não devem ser aprovadas nas comissões especiais constituídas para debatê-las no Congresso.

Filiado ao PT desde 1985, Paim pautou sua vida política na luta pelos direitos dos trabalhadores. Recentemente, tem manifestado sua vontade de deixar o partido. Além da contrariedade com as MPs 664 e 665, vive um certo incômodo com a perda de espaço político dentro da legenda - na eleição do ano passado, foi proibido pelo diretório estadual de discursar em atos de campanha.

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