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Padilha tenta minimizar declarações da delação de Funaro

O delator vinculou o minsitro ao que acredita ser uma tentativa de monitorar sua disposição de formalizar acordo de colaboração premiada com o MPF

Padilha: "Ele procura criar condições para ter uma melhora na situação de prisioneiro, usa recursos disponíveis" (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 20h04.

Brasilia - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha , tentou minimizar a delação do Lucio Funaro e disse que ele está tentando criar melhor condições já que está preso.

"Como eu vejo? É um problema dele, ele procura criar condições para ter uma melhora na situação de prisioneiro, usa recursos disponíveis", afirmou.

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Padilha disse que as citações feitas a ele na delação de Funaro já foram explicadas. "No meu caso específico, conheci o doutor Mariz em maio. O Daniel Gerber só contactei depois que não era mais advogado. O Eduardo Ferrão é meu amigo há mais de 30 anos, eu converso com ele, mas ele não advogou para o Funaro na Lava Jato", afirmou.

O delator vinculou Padilha ao que acredita ser uma tentativa de monitorar sua disposição de formalizar acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.

Funaro disse em depoimento a investigadores que Padilha era próximo ao escritório do criminalista Eduardo Ferrão, que, por sua vez, tem relações com o advogado Daniel Gerber, que atuou na defesa do corretor.

Ele também acusa outro advogado de quem foi cliente, o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, defensor e amigo do presidente Michel Temer.

Funaro já havia feito acusação semelhante ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está preso.

Ao ser questionado se acredita que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, ainda vai enviar uma segunda denúncia contra Temer, Padilha disse que essa é uma questão que cabe ao procurador, mas que "denúncia com fundamento acho muito difícil, porque não há fato novo".

Ao comentar o relatório da Polícia Federal sobre o chamado "quadrilhão" do PMDB na Câmara dos Deputados que apontou indícios de que ele, Temer, e o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) cometeram crime de corrupção e também o pedido de abertura de inquérito contra o presidente para apurar fatos relacionados ao Decreto dos Portos feito pelo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, Padilha disse que "as noticias não são agradáveis no campo político, mas na área econômica temos as melhores notícias".

Segundo o ministro, o presidente já soltou uma dura nota na qual "externa a indignação com relação a injustiça e as acusações sem fundamento" que são dirigidas contra ele.

Assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, a nota diz que "facínoras roubam do País a verdade".

"Bandidos constroem versões por ouvir dizer a lhes assegurar a impunidade ou alcançar um perdão, mesmo que parcial, por seus inúmeros crimes. Reputações são destroçadas em conversas embebidas em ações clandestinas", diz o texto.

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