Gustavo Gustavo Kuerten, Pelé, Torben Grael? A grande pergunta do dia é quem será o responsável por acender a pira na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, que começa às 20h no Maracanã. O espetáculo deve exaltar a tolerância entre os povos mas, segundo os diretores, foi feito no “espírito da gambiarra” por causa dos sucessivos cortes de custos do comitê organizador.

A dúvida política na mesa foi solucionada pela presidente afastada Dilma Rousseff no último dia 26. Dilma não vai ao Maracanã porque não queria ficar numa posição secundária. O interino Michel Temer será o protagonista da festa, com discurso confirmado na programação.

Resta saber o quanto ele tem a ganhar com isso. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, escalado para o encerramento, já avisou que carioca vaia até minuto de silêncio. Com Temer não deve ser diferente, embora os jornais tenham noticiado uma estratégia dos organizadores para evitar maiores constrangimentos, como aumentar volume da música (o plano foi negado ontem por diretores da festa, como o cineasta Andrucha Waddington). “O governo já está se antecipando ao dizer que vaia não será sinal de enfraquecimento”, diz Ricardo Ribeiro, sócio da consultoria MCM.

De qualquer forma, a ausência de Dilma marca o início de um longo mês de ostracismo para a presidente afastada. Ontem, o senado aprovou por maioria folgada o relatório a favor do impeachment. Ela já fez parte da mudança para Porto Alegre e está sumida das manchetes de jornais nacionais e estrangeiros. Foi abandonada até por seu partido, o PT, apesar das negativas do presidente da legenda, Rui Falcão.

Nas próximas duas semanas, Dilma terá a concorrência desleal de Bolt, Phelps, Neymar. Dia 21 se encerram os Jogos. Oito dias depois, ela deve deixar o Alvorada como ex-presidente da República.