Eduardo Cunha: o Congresso tem sessão marcada para esta terça para analisar vetos da presidente Dilma Rousseff e matérias orçamentárias, como a que altera a meta fiscal deste ano (Lula Marques/Agência PT)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2015 às 15h51.
São Paulo - Líderes de cinco partidos abandonaram nesta terça-feira a reunião de líderes da Câmara dos Deputados em protesto contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e anunciaram que vão obstruir as votações na Casa.
Os líderes de PSDB, DEM, PPS, PSOL e Rede, partidos que somados ocupam 95 das 513 cadeiras da Câmara, anunciaram que vão obstruir todas as votações na Câmara enquanto Cunha ocupar a presidência.
Os líderes dos cinco partidos abandonaram a reunião de líderes comandada por Cunha e foram para o Conselho de Ética da Casa, que abriu sessão nesta terça para analisar o parecer preliminar do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), pelo andamento do processo que pede a cassação do mandato de Cunha por quebra de decoro parlamentar.
De acordo com a liderança do PSDB na Câmara, a decisão de obstruir as votações não se aplica às sessões do Congresso Nacional, que é presidido pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
O Congresso tem sessão marcada para esta terça para analisar vetos da presidente Dilma Rousseff e matérias orçamentárias, como a que altera a meta fiscal deste ano.
O PSB pode ainda se juntar ao grupo anti-Cunha, informou a liderança da bancada socialista, que tem 33 deputadas. A bancada do partido não abandonou a reunião de líderes desta terça-feira, mas discutirá se entra em obstrução contra Cunha em reunião da bancada no final desta tarde, segundo a liderança.
Cunha é acusado de ter mentido em depoimento dado neste ano à CPI da Petrobras quando afirmou que não possui contas no exterior. Documentos dos Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça apontaram a existência de contas bancárias no nome de Cunha e de familiares no país europeu.
O presidente da Câmara também é alvo de inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por causa das contas na Suíça e de denúncia proposta pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo, acusado de ter recebido pelo menos 5 milhões de dólares em propina do esquema de corrupção na Petrobras.
Cunha nega todas as irregularidades e já afirmou que seguirá na presidência da Câmara.