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Oposição quer nova CPI da Petrobras após lista de delator

Os opositores defendem a necessidade de criação de uma nova comissão já no início de 2015


	Rubens Bueno: "temos de tratar de uma nova CPI que aprofunde as investigações", defendeu
 (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Rubens Bueno: "temos de tratar de uma nova CPI que aprofunde as investigações", defendeu (Jefferson Rudy/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2014 às 12h53.

Brasília - A divulgação pelo jornal O Estado de S.Paulo da lista com os 28 políticos citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no esquema de corrupção na estatal reforçou o discurso da oposição sobre a necessidade de criação, já no início de 2015, de uma nova Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).

Líderes do bloco oposicionista no Congresso avisam que farão a coleta de assinaturas em janeiro para que o pedido de instalação seja protocolado na primeira semana de fevereiro, logo após a posse dos novos parlamentares.

"Temos de tratar de uma nova CPI que aprofunde as investigações", defendeu o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR).

O líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (BA), disse que a lista se soma às denúncias que surgem a cada dia e aponta para um caminho inevitável no próximo ano: continuar os trabalhos que a CPMI da Petrobras, encerrada na quinta-feira, 18, começou.

"Isso consagra cada vez mais a necessidade de uma nova CPI", completou.

Os líderes reagiram com cautela à revelação de Costa e disseram que é preciso aguardar os nomes que ainda surgirão com a delação do doleiro Alberto Youssef e da investigação dos que se relacionavam com os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Nestor Cerveró.

"O volume de negócios é muito grande, então imagino que essa lista será muito maior", observou Bueno.

O líder da Minoria no Congresso, deputado Ronaldo Caiado (Democratas-GO), pediu que a Justiça Federal agilize a confirmação dos nomes dos envolvidos no esquema.

Para ele, o sigilo destas informações tornará "inviável" o funcionamento do Parlamento em 2015.

"Não é questão de fazer pré-julgamento, mas não podemos ficar nessa situação constrangedora com várias listas ainda sob sigilo e comprometer o funcionamento do Congresso Nacional. Não é hora de 'fulanizar' ou saber se é a lista do Paulo Roberto ou do Renato Duque. Precisamos saber o mais rápido possível a totalidade dos políticos citados para que as providências sejam tomadas", disse Caiado em nota.

"Vamos ter no início do ano que vem a eleição das Mesas Diretoras da Câmara e Senado. Imagina se um membro eleito da Mesa é envolvido nesse escândalo, desgastando o Congresso e engessando seu funcionamento?", ponderou o deputado.

Notas

O PSDB divulgou nota na manhã desta sexta-feira, 19, defendendo que as denúncias sejam investigadas com o mesmo rigor "independentemente de filiação partidária" dos envolvidos.

O ex-presidente da sigla, ex-senador Sérgio Guerra, falecido neste ano, é mencionado por Paulo Roberto Costa.

"A apresentação do relatório paralelo da CPMI, de autoria do PSDB, reforçou essa tese ao pedir o indiciamento de 59 pessoas e a abertura de inquérito policial contra outras 36, várias destas políticos, tratando os nomes citados da mesma forma, sem distinção de filiação partidária.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também citado por Costa, voltou a negar envolvimento com as irregularidades na Petrobras e disse ter a "consciência absolutamente tranquila".

"Reitero que a delação premiada é um instrumento que beneficia o réu e não deve ser tomada como prova de verdade. Para isso, há a investigação séria dos órgãos competentes", afirmou.

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