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Oposição acusa Bolsonaro de racismo e entra com ação na PGR

Durante palestra realizada no Clube Hebraica, o deputado fez afirmações preconceituosas e jocosas

Jair Bolsonaro: o deputado teria dito ainda que o governo gastava mais de R$ 1 bilhão por ano com os quilombos (Renato Araújo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de abril de 2017 às 18h53.

Brasília - Parlamentares da oposição protocolaram uma representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) sob a acusação de ter praticado crime de racismo durante uma palestra realizada no Clube Hebraica, na zona sul do Rio, na última segunda-feira, 3.

Na ocasião, o parlamentar fez afirmações preconceituosas e jocosas sobre negros, indígenas, mulheres, gays, refugiados e integrantes de ONGs.

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Na peça, os petistas afirmam que, durante a palestra, Bolsonaro disse que tinha ido a um quilombo e que o "afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas".

"Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais."

O deputado teria dito ainda que o governo gastava mais de R$ 1 bilhão por ano com os quilombos, e que, se ele fosse eleito presidente da República, não iria "ter nenhum centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola".

Na representação, os deputados e senadores afirmam que Bolsonaro "ainda não percebeu que o País evoluiu, a sociedade acordou e não aceita, não compactua e não silenciará jamais diante de condutas desse jaez".

O documento também registra ser "importante destacar que o representado é reincidente nas violações de direitos humanos e em ataques da espécie, de modo que sua conduta social e os caminhos tortuosos por ele trilhado agravam as ofensas aqui delineadas e certamente deverão ser consideradas na persecução penal".

Para a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que participou da entrega da representação ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o parlamentar precisa sofrer uma "punição severa", já que Constituição torna o crime de racismo um crime inafiançável.

"Ele é racista, preconceituoso, machista, ele é tudo isso. Como a gente vai aceitar que um parlamentar, que está investido de autoridade, de imunidade, que tem que representar o interesse da população, possa dizer uma coisa dessa impunemente", afirmou.

Se entender que houve crime, a Procuradoria-Geral da República poderá entrar com um pedido de abertura de inquérito contra o deputado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro já é réu no Supremo sob a acusação de incitação pública ao crime de estupro, por ter declarado que "não estupraria a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não mereceria".

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