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Operação Luz na Infância: 197 pessoas foram presas desde o final da manhã

Policiais identificaram imagens que configuram crime de exploração sexual contra crianças e adolescentes e, assim, responsáveis são presos em flagrante

Prisões: esta é a maior operação integrada de polícia judiciária já feita no Brasil (foto/Thinkstock)

Prisões: esta é a maior operação integrada de polícia judiciária já feita no Brasil (foto/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2018 às 18h07.

Brasília - O Ministério Extraordinário da Segurança Pública deflagrou na manhã desta quinta-feira, 17, a Operação Luz na Infância 2, em parceria com as Polícias Civis do Distrito Federal e de 24 Estados. Ao todo, a operação cumpre 579 mandados de busca e apreensão. Segundo a pasta, o número de presos subiu de 132 para 197 desde o final da manhã.

Segundo o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública), esta é a maior operação integrada de polícia judiciária já feita no Brasil.

O ministério informou que, durante as buscas, policiais identificaram imagens que configuram os crime de exploração sexual contra crianças e adolescentes e, nestes casos, os responsáveis são presos em flagrante.

Os alvos foram identificados pela Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, com base em indícios coletados em ambientes virtuais.

As informações obtidas durante quatro meses foram repassadas às Polícias Civis - em especial delegacias de proteção à criança e ao adolescente, e repressão a crimes informáticos - que instauraram inquéritos e solicitaram aos juízes locais a expedição dos mandados.

Para a operação, foram analisados cerca de um milhão de arquivos suspeitos pela Diretoria de Inteligência da Senasp. O número deve aumentar após as apreensões. Entre os presos, houve casos de pessoas flagradas com um mínimo de 150 arquivos baixados até 200 mil arquivos.

Em São Paulo, pelo menos 30 pessoas foram presas em flagrante - a maioria, homem - até 9h30 desta quinta-feira. Em todo o Estado, são 166 mandados de busca e apreensão. Os acusados estão sendo trazidos desde 6 horas para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), na região central.

Entre os presos, há jovens e idosos. Um dos homens mais velhos teria chegado com a cuidadora, e outro era um cadeirante. Computadores, CPUs, pendrives e celulares foram apreendidos e passarão por análise técnica dos peritos.

Os flagrantes se deram por armazenamento, distribuição e compartilhamento de imagens e vídeos de pornografia infantil. Segundo a diretora do DHPP, Elizabete Sato, o trabalho de análise dos técnicos está focado em tentar recuperar links e imagens que foram apagados dos aparelhos pelos acusados. Ela afirma que é possível recuperar mídias deletadas.

"Os técnicos já observam que se tiver uma pasta ali com os links de pornografia infantil, já é flagrante. Se está obscuro o arquivo, que é o que eles fazem, vivem na obscuridade, não é possível ver no local. Para que o delegado e as nossas equipes saberem se ali existem, apreendem a CPU e fazem o levantamento técnico", explica a diretora do DHPP.

Entre os presos nesta 2ª fase, há casos de pessoas que foram presas na primeira etapa da operação, no ano passado, pagaram fiança e continuaram acessando sites de pornografia infantil. Na Mooca, na zona leste da capital, um acusado resistiu ao mandado e chegou a acionar a Polícia Militar por invasão. Mas com apoio tático, a polícia entrou e prendeu o acusado, que já está no DHPP.

A polícia investiga se os acusados agiam em rede. Elizabete diz que celulares foram apreendidos e que há casos de compartilhamento de imagens e vídeos para outros estados.

"A sociedade está acordando para um crime que acontece dentro de casa envolvendo pornografia infantil, crianças sendo abusadas. Não é permissivo nem tolerável que isso aconteça. Os senhores não têm ideia de quantas pessoas acessam esses sites. O número é verdadeiramente assustador", afirma Elizabete. Segundo ela, não há perfil etário para a prática do crime.

Punição

Parte minoritária dos suspeitos já havia sido detida anteriormente pelo mesmo tipo de crime. Entre eles, Jungmann citou um técnico de enfermagem que foi alvo da operação Peter Pan, da Polícia Civil de São Paulo.

Jungmann diz que casos de reincidência deveriam ter uma pena maior e que se "evitasse a soltura" daqueles considerados mais perigosos. Embora tenha ponderado que não é sua competência tratar do tema, destacou que "não vai haver impunidade".

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