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Olimpíada foi uma oportunidade perdida, diz Paes ao Guardian

Para o prefeito do Rio, é absurdo dizer que não há investimento em áreas pobres e que R$ 24 bilhões serão deixados em obras de legado para a cidade

Eduardo Paes (PMDB), prefeito do Rio de Janeiro (J.P. Engelbrecht/PMRJ)
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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2016 às 11h09.

Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 12h10.

São Paulo – O prefeito do Rio de Janeiro , Eduardo Paes (PMDB), voltou a criticar a postura do país com relação aos Jogos Olímpicos à imprensa internacional. Em entrevista o jornal inglês The Guardian, Paes definiu o evento como uma "oportunidade perdida" pelo Brasil para se mostrar ao mundo.

"Não estamos nos apresentando bem. Com crises econômica e política e todos esses escândalos, não é o melhor momento para estar nos olhos do mundo", disse.

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O jornal faz questão de elencar problemas diversos, como o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), cortes no orçamento, atrasos de infraestrutura, o deslocamento de pessoas e danos ambientais como feridas na imagem do Brasil e Rio. Para Paes, porém, a situação da cidade é acentuada pela imprensa, que restringe sua definição à epidemia de zika e "pessoas atirando umas nas outras".

O prefeito ainda refuta a imagem passada pela mídia de que os governantes tenham desprestigiado as camadas mais pobres da sociedade em detrimento dos jogos. Segundo Paes, nunca houve tanta transformação para as pessoas pobres do Rio quanto agora.

"Os Jogos Olímpicos são uma grande inspiração para fazer as coisas", disse ao Guardian. "É absurdo dizer que não há investimento em áreas pobres."

Neste trecho, o jornal inglês lembra que boa parte das obras olímpicas foram realizadas em áreas de interesse político para o prefeito e que beneficiam aliados. É citada a relação de Paes com o empresário Carlos Carvalho, que detém enormes terrenos na Barra da Tijuca, local do Parque Olímpico.

O prefeito nega qualquer relação e diz que 75% dos investimentos vão para áreas a Oeste e Norte do Rio. Diz o prefeito que a maior parte das 331 novas escolas e 90 novas clínicas são nessas áreas, assim como transporte, que favorecerá a população mais pobre que se desloca para a Zona Sul. Especialistas consultados pelo jornal, porém, concordam com a tese de favorecimento à Barra.

Sobre os gastos com estrutura de jogos, Paes diz que R$ 24 bilhões serão usados em projetos que deixarão um legado para a cidade. O Guardian lembra aqui projetos "trágicos ou meramente embaraçosos", como o trecho da ciclovia Tim Maia que desabou em abril, ou falta de energia no VLT apenas uma semana depois da inauguração.

Há ainda menção à grande dúvida de infraestrutura para os jogos: a linha 4 de Metrô, que facilita acesso à Barra e ao local de boa parte dos jogos. O jornal aponta ainda a poluição na Baia de Guanabara como maior falha e preocupação do evento.

Nestes casos, no entanto, Paes joga a culpa para os governos federal e estadual. Para ele, a preparação a nível municipal está indo bem, botando na conta a estrutura de estádios, transportes e alojamento de atletas.

"Mesmo em tempos de crise, seguimos. Estamos inaugurando coisas quase toda semana", disse.

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