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OAS entregou dinheiro para inserção de Lindbergh, diz Mônica

Segundo a delatora, combinado era de que Lindbergh usaria as inserções para "vitaminar" sua candidatura ao governo fluminense na eleição de 2014

Lindbergh Farias: o valor oficial do contrato foi de R$ 200 mil, enquanto outros R$ 400 mil seriam pagos pela OAS "por fora" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2017 às 13h37.

Brasília - A empreiteira OAS entregou "direitinho" o dinheiro não contabilizado destinado ao pagamento de inserções televisivas estreladas pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em 2013, disse ao Ministério Público Federal (MPF) a empresária Mônica Moura. Segundo a delatora, parte do dinheiro pago "por fora" foi entregue na própria residência do petista.

Em 2013, o marqueteiro João Santana e a empresária Mônica Moura foram contratados para fazer inserções publicitárias do PT do Rio de Janeiro, estreladas por Lindbergh. Segundo a delatora, ficou combinado com o partido que Lindbergh usaria as inserções para "vitaminar" a sua candidatura ao governo fluminense, na eleição de 2014.

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O valor oficial do contrato foi de R$ 200 mil, enquanto outros R$ 400 mil seriam pagos pela OAS "por fora", de acordo com a empresária. "Eu tava tão escolada com essa coisa que falei 'ok'. Teve um atraso da parte oficial, o PT carioca demorou pra pagar, mas a parte da OAS, não. Entregaram direitinho", afirmou Mônica.

Mônica contou ao MPF que foi procurada por um assessor de Léo Pinheiro, então presidente da OAS. Teriam sido feitas duas entregas em dinheiro, de R$ 200 mil cada: a primeira, em um hotel no bairro de Santa Tereza, na região central do Rio; a segunda, na residência do próprio senador, no Leblon, zona sul.

"A gente foi fazer uma gravação com o Lindbergh na casa dele, ele mora no Leblon, tava a mulher dele, tava todo mundo... Eu fui porque já tinha combinado com esse Mateus Coutinho (suposto assessor de Léo Pinheiro na época) que ia me encontrar lá. Fomos pra um canto, ele me entregou um pacotinho", disse Mônica Moura.

Segundo Mônica, o assessor de Léo Pinheiro tinha "intimidade" com Lindbergh Farias. "Produzimos os comerciais, foram pro ar, foi um sucesso", comentou a empresária.

"Foi uma coisa pequena, muito pequena mesmo, uma produção de oito a nove comerciais. Pequena eu digo em relação ao tamanho dos trabalhos que a gente faz numa campanha política que dura um ano, que se gasta R$ 20 milhões, R$ 30 milhões, estou falando nessa proporção. Não tô dizendo que R$ 600 mil é coisa pequena, não", ressaltou a delatora.

No ano seguinte, Lindbergh teria convidado João Santana para fazer a sua campanha ao governo do Rio, mas o casal não aceitou. "Foi o ano de 2014, a gente tinha a campanha da Dilma, e uma campanha no Panamá, dificílima, de presidente, e o João falou que infelizmente não podia fazer", explicou Mônica. Lindbergh obteve 10% dos votos e não disputou o segundo turno da eleição.

Defesas

Até a publicação desta matéria, a assessoria do senador não havia respondido à reportagem. O espaço está aberto para a manifestação do parlamentar, Procurada pela reportagem, a OAS informou não irá se manifestar.

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