O julgamento do impeachment de Dilma em 17 fotos
Nesta quarta-feira, o Senado julgou Dilma Rousseff culpada por crimes de responsabilidade fiscais. Com isso, ela sofre impeachment. Veja o julgamento em fotos
Victor Caputo
Publicado em 31 de agosto de 2016 às 17h52.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h09.
São Paulo – O julgamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi finalizado na tarde desta quarta-feira. Ela foi declarada culpada de cometer crimes de responsabilidade fiscal durante o seu mandato. O processo foi iniciado em dezembro do ano passado, quando Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, aceitou uma denúncia contra a ex-presidente. Nos últimos dias, o Brasil acompanhou o julgamento da petista. Os 81 senadores brasileiros serviram de júri no processo. Durante a sessão (que foi dividida em diversos dias), defesa e acusação puderam levar testemunhas e fazer suas sustentações. O dia mais importante foi a segunda-feira, quando Dilma Rousseff compareceu como ré frente ao Senado. Lá, fez sua defesa e foi questionada por 47 senadores. Veja a seguir os dias do julgamento de Dilma Rousseff em fotos.
Todo o julgamento final do processo contra Dilma Rousseff foi conduzido pelo presidente do STF Ricardo Lewandowski. O ministro foi paciente e tentou se distanciar ao máximo de disputas partidárias. Antes do início do julgamento, se esperava uma posição de serenidade e pulso firme por parte de Lewandowski. Foi isso que o Brasil viu durante os longos dias no Senado. Na foto, tirada durante o julgamento, o ministro aparece ao lado do senador Antonio Anastasia (PSDB). Anastasia foi o relator do processo e votou a favor da condenação de Dilma Rousseff.
Uma das figuras centrais de todo o processo de impeachment de Dilma Rousseff foi a jurista Janaína Paschoal. Autora do pedido de impedimento e acusação no processo, ela foi de extrema dedicação. Em poucas oportunidades Paschoal deixava o plenário. Na foto, ela está cercada por senadores.
Do lado da defesa, quem atraiu as atenções foi o advogado José Eduardo Cardozo. Ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União do Brasil, ele foi o responsável pela defesa de Dilma Rousseff. Na foto, ele aparece ao lado de Ricardo Lewandowski e dos senadores Raimundo Lira (PMDB) e Ronaldo Caiado (DEM) no primeiro dia o julgamento do impeachment.
Um episódio muito comentado do segundo dia da sessão foi a discussão entre Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado, e Gleisi Hoffman (PT). A senadora petista disse que o Senado não tinha moral para julgar Dilma Rousseff. Calheiros começa uma fala para acalmar todos os presentes, mas acaba falando mais do que deveria.
Aécio Neves foi outra figura central do julgamento. Ex-rival de Dilma Rousseff na corrida pela Presidência, em 2014, ele foi o senador ao qual Dilma dedicou mais tempo em sua resposta quando questionada no Senado. Na foto, Aécio conversa com o presidente da sessão, Lewandowski.
A segunda-feira, dia 29 de agosto, foi o dia de maior importância em todo o julgamento. Nele, Dilma Rousseff compareceu ao Senado na condição de ré. Ela fez um longo discurso, no qual relembrou o período do regime militar, além de seu tratamento contra um câncer. Dilma respondeu a perguntas diretas de 47 senadores.
Para sua defesa, Dilma foi acompanhada de seu padrinho político ao Senado. O ex-presidente Lula acompanhou o pronunciamento e as respostas de Dilma das galerias do Senado. Ele também usou seu tempo para conversar com senadores e para tentar mudar votos e evitar o impeachment da ex-presidente.
Outra presença de renome no dia que Dilma compareceu ao Senado foi o músico Chico Buarque. Opositor ferrenho ao impeachment, ele ficou sentado ao lado de Lula nas galerias do Senado. Durante a visita, ele disse que aquela era sua última oportunidade de conhecer o Palácio da Alvorada, já que não deveria se convidado novamente pelo próximo presidente.
A segunda-feira foi uma maratona de perguntas e respostas para Dilma. Ao final do dia, a ex-presidente evitava se alongar em respostas. O motivo era simples: sua voz estava acabando. Em certo momento, ela disse preferir não fazer uma pausa, já que a qualquer momento ficaria incapaz de continuar falando com senadores.
Enquanto no Senado a conversa era civilizada (ao menos na maior parte do tempo), fora o clima era outro. Em São Paulo, manifestantes contra o impeachment e a Polícia Militar entraram em confronto na Avenida Paulista. Na foto, o protesto aconteceu na segunda-feira. No dia seguinte, as cenas se repetiram.
O dia 30 de agosto foi marcado pelas sustentações finais da acusação e da defesa. Na imagem, Janaína Paschoal dá suas últimas palavras no julgamento de Dilma Rousseff. Na ocasião, ela atribuiu a Deus a composição de todo o processo.
Também no dia 30 de agosto, terça-feira, José Eduardo Cardozo fez sua sustentação de defesa. Ele foi elogiado por membros do PT. Mesmo assim, ele não foi capaz de virar o jogo e mudar os votos de muitos senadores. Na manhã do dia seguinte, o Brasil veria que os votos necessários para a cassação de Dilma seriam dados.
A quarta-feira dia 31 de agosto foi o grande dia. 81 senadores deram seus votos sobre se Dilma havia infringido a lei de responsabilidade fiscal durante seu mandato. O resultado final foi 61 votos a favor do impeachment e 20 votos contra. O efeito: Dilma sofreu impeachment e não poderá completar os quatro anos no poder.
A Avenida Paulista, em São Paulo, foi tomada por pessoas comemorando o resultado. A avenida foi palco de algumas das principais manifestações políticas contra (e a favor) de Dilma Rousseff ao longo dos últimos meses.
Por outro lado, alguns choraram. Militantes petistas e pessoas contra o impeachment de Dilma Rousseff foram vistos chorando com o resultado.
Após o resultado, Dilma Rousseff fez um pronunciamento ao país. Nele, a ex-presidente sustentou a tese de que houve um golpe parlamentar. "Por mais de 13 anos, realizamos com sucesso um projeto que promoveu a maior inclusão social e redução de desigualdades da história de nosso País", disse. Veja o pronunciamento na íntegra aqui.
Após a votação, Michel Temer compareceu ao plenário do Senado. Lá, tomou posse como presidente em definitivo do Brasil. Durante a tarde, o presidente fez a primeira reunião ministerial.
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