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Novo nome para Ministério do Trabalho é adiado para março

Michel Temer pediu que se adiasse a indicação para quando o governo trocará todos os ministros que decidirem ser candidatos nas eleições de outubro

Cristiane Brasil: com a retirada da indicação da deputada, se mantém no cargo Helton Yomura (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 14h30.

Brasília - Sem acordo entre a bancada do PTB e o presidente do partido, Roberto Jefferson, o presidente Michel Temer pediu que se adiasse a indicação de um novo nome para o Ministério do Trabalho para o final de março, quando o governo trocará todos os ministros que decidirem ser candidatos nas eleições de outubro, disse à Reuters uma alta fonte palaciana.

Até lá, se mantém no cargo o atual secretário-executivo, Helton Yomura, como ministro interino. Na terça-feira, o PTB anunciou que estava retirando a indicação da deputada Cristiane Brasil (RJ), filha de Jefferson, para o cargo. Nesta manhã, essa decisão foi informada oficialmente ao governo.

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"Diante da situação, o presidente Temer pediu então a gentileza de que se esperasse até o final de março, início de abril, quando todos os ministros precisassem se desincompatibilizar, e as trocas fossem feitas todas juntas. Eles concordaram", disse a fonte.

A decisão de adiar a indicação foi tomada esta manhã em reunião entre o líder da bancada, Jovair Arantes (GO), Jefferson e Temer.

Depois de ver a filha ser impedida de assumir o ministério, o presidente do PTB disse à Reuters que preferia ver Yomura ser efetivado no cargo, por já ter sido testado na posição.

No entanto, a bancada do PTB na Câmara --que seria a "dona" da vaga-- não concorda com sua indicação. De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, os deputados querem um deputado ou ex-deputado para a vaga. Um nome ventilado foi o do deputado Jorge Corte Leal (PE), ex-presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco.

A indicação de Cristiane foi alvo de intensa polêmica desde que a Justiça barrou sua posse sob a alegação de que ela não tinha condições de assumir o cargo por ter sido condenada em processo trabalhista.

O caso se arrastava desde o início de janeiro, quando o próprio Temer aceitou a escolha dela, em substituição ao também petebista Ronaldo Nogueira (RS), que deixou o cargo para tentar à reeleição para a Câmara dos Deputados.

Antes de Cristiane, o PTB havia indicado o deputado Pedro Fernandes (MA) para o cargo, mas a proximidade do parlamentar com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) -- opositor ferrenho do governo de Michel Temer e adversário do ex-presidente José Sarney-- fez com que seu nome fosse vetado.

Reforma

Até 7 de abril, prazo para desincompatibilização, o governo terá que trocar pelo menos mais 10 ministros.

Ricardo Barros (Saúde, do PP), Mendonça Filho (Educação, DEM), Fernando Coelho (Minas e Energia, sem partido), Helder Barbalho (Integração Nacional, MDB), Sarney Filho (Meio Ambiente, do PV), Leonardo Picciani (Esportes, MDB), Marx Beltrão (Turismo, MDB), Maurício Quintela (Transportes, PR), Raul Jungmann (Defesa, PPS), Osmar Terra (Desenvolvimento Social, MDB) saem para serem candidatos nas próximas eleições.

Além deles, o governo também procura um nome para ocupar o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, vago desde o final de dezembro quando Marcos Pereira (PRB) deixou o governo.

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