Criança pintada com as cores do Brasil reage após derrota da Seleção (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 11h37.
São Paulo – “Adivinha o que aconteceu no Brasil na quarta-feira? O sol saiu. As pessoas foram trabalhar. A vida continuou”, é assim que o jornal norte-americano The Wall Street Journal avaliou o dia seguinte à pior derrota da história da Seleção Brasileira na semifinal da Copa do Mundo contra a Alemanha.
O relato do repórter Matthew Futterman foi na contramão das manchetes que estamparam as capas dos jornais brasileiros e estrangeiros que, no dia seguinte à derrota, destacaram em letras garrafais o “vexame” e a “humilhação” sofridos pelo anfitrião do torneio.
O jornal observa que cidades não queimaram, protestos em massa não eclodiram e, até onde se tem notícia, torcedores não se jogaram de prédios por causa do amor à Seleção.
Apesar da paixão mundialmente reconhecida dos brasileiros pelo futebol – que faz “o governo decretar feriado em dias de jogo” e deixa até as avenidas principais “completamente vazias” -, o WSJ afirma que não se deve comprar a ideia de que a derrota deixará uma “cicatriz permanente” no país.
Assim como outros veículos internacionais, o jornal citou a boa recepção e a cordialidade da população brasileira, mas não só isso.
“Eu sei sobre o crime e a intensa pobreza, mas também sei que este é um maravilhoso e diverso país. Há sinais claros da necessidade de melhoras na infraestrutura, mas há também muitas pessoas que trabalham duro para fazer o amanhã melhor do que hoje”, diz Futterman.
No final, a reportagem otimista ainda diz: “o Brasil como um todo vai ficar bem depois disso. Um pouco chateado claro, mas em última análise, bem. Em muitas maneiras, o país já está”.