Fábrica da Alstom: segundo o Cade, há indícios de que empresa está envolvida também em cartel formado para vencer licitações de empresas do governo federal (VEJA SP)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2014 às 10h29.
São Paulo - Uma investigação do governo federal aponta indícios de que as empresas Alstom e CAF, ambas suspeitas de integrar cartel para fraudar licitações de trens em São Paulo, também utilizaram artifícios irregulares em concorrências de duas estatais da União.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) prepara um relatório com os indícios de que o esquema também funcionou em concorrências da Companhia Brasileira de Trens Urbano (CBTU), para o metrô de Belo Horizonte, e da Trensurb, de Porto Alegre, ambas em 2012.
Ambas são vinculadas ao Ministério das Cidades.
O Cade deve instaurar um processo administrativo contra estas empresas e as outras 16 suspeitas na semana que vem, segundo a Folha.
As licitações, tanto em Belo Horizonte quanto em Porto Alegre, foram vencidas por consórcios formados por Alstom e CAF, sem que tivessem outros concorrentes na disputa.
Em Minas, o contrato foi dividido de forma com que a CAF ficasse com 93% dele e a Alstom com os outros 7%. Já em Porto Alegre, ocorreu o contrário: a CAF ficou com 7% e a Alstom com 93%.
À Folha, a Alstom negou que tenha participado de cartel com outras empresas nas vendas de trens para o governo federal. Já a Trensurb, de Porto Alegre, afirmou que os gestores da companhia federal de trens desconhecem a prática de ilegalidades por parte das empresas. CAF e CBTU não responderam.