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No Roda Viva, Bolsonaro questiona escravidão e cotas

Presidenciável do PSL, capitão reservista do exército, voltou a expressar sua nostalgia pela ditadura e sustentou que "não houve um golpe militar em 1964"

Jair Bolsonaro: "Que dívida histórica é essa que temos com os negros? Eu nunca escravizei ninguém na minha vida" (Ricardo Moraes/Reuters)
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AFP

Publicado em 31 de julho de 2018 às 17h36.

O candidato de ultra-direita Jair Bolsonaro , um dos favoritos para as eleições presidenciais do Brasil em outubro, questionou a necessidade de políticas de igualdade racial e negou que os militares que governaram Brasil de 1964 a 1985 tenham chegado ao poder por um golpe de Estado.

"Que dívida histórica é essa que temos com os negros? Eu nunca escravizei ninguém na minha vida (...) O negro não é melhor do que eu, e nem eu sou melhor do que o negro", afirmou o deputado durante uma entrevista na noite de segunda-feira no canal público TV Cultura.

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Bolsonaro afirmou que, se chegar ao poder, poderá propor uma redução das cotas destinadas aos negros nas universidades, uma política implementada pelos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).

O candidato também tem sua própria interpretação sobre a escravidão.

"Se for ver a história realmente, os portugueses nem pisavam na África, eram os próprios negros que entregavam os escravos", afirmou, durante a longa entrevista no programa Roda Viva.

O candidato presidencial, capitão reservista do exército, voltou a expressar sua nostalgia pelos anos de ditadura e sustentou que "não houve um golpe militar em 1964 ", quando o presidente João Goulart foi deposto por militares.

"Golpe é quando mete o pé na porta e tira o cidadão lá (...) Quem declarou vago o cargo do presidente na época foi o Parlamento. Era a regra em vigor", disse.

No passado, Bolsonaro foi muito criticado por elogiar o coronel Brilhante Ulstra, torturador da ditadura. Na entrevista, criticou as vítimas da ditadura.

"Esses que se diziam torturados o faziam para conseguir indenizações, votos, piedade, poder. Só se ouve um lado da história, o outro não", defendeu. "Se tivéssemos perdido, hoje o Brasil seria uma Cuba".

Acompanhe tudo sobre:DitaduraEleições 2018Golpe de 1964Jair BolsonaroPSL – Partido Social Liberal

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