No ano passado, 31 milhões subiram de classe social
Segundo estudo do instituto Ipsos Public Affairs, estrutura socioeconômica brasileira passou de pirâmide para losango
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2011 às 09h49.
São Paulo - A distribuição dos brasileiros por classes socioeconômicas mudou nos últimos cinco anos. Deixou de ter o formato de pirâmide, típico de países pobres, com grande contingente de baixa renda, e passou a ser um losango, figura geométrica que se aproxima de uma distribuição socioeconômica mais equilibrada entre os estratos sociais e frequente em países desenvolvidos.
Essa é a principal constatação da sexta edição da pesquisa "O Observador Brasil 2011", espécie de radiografia do mercado de consumo, executada pelo instituto Ipsos Public Affairs, a pedido da Cetelem BGN, do grupo financeiro francês BNP Paribas. A mudança de formato da distribuição das classes socioeconômicas entre 2005 e 2010 ocorreu em razão do ganho de renda que levou a uma grande mobilidade social. Apenas em 2010, quase 31 milhões de brasileiros ascenderam socialmente. Desse total, cerca de 19 milhões saíram das classes D/E e engrossaram a grande classe média, a classe C. Perto de 12 milhões de pessoas pularam da classe C para as classes de maior poder aquisitivo A/B.
"Eu não me surpreenderia se no ano que vem houvesse um empate entre as classes D/E e A/B em número de brasileiros", afirma o presidente da Cetelem BGN, Marcos Etchegoyen. De acordo com a pesquisa, a classe C já representava no ano passado mais da metade (53%) da população brasileira de 191,7 milhões de pessoas. Em 2009, a fatia da classe C era de 49% e em 2005, de 34%.
Já as classes D/E responderam em 2010 por 25% da população, ante 35% no ano anterior e 51% em 2005. No sentido oposto, a participação das classes A/B está aumentando. Cinco anos atrás, elas representavam 15% da população. Esse índice subiu para 16% em 2009 e atingiu 21% no ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.