"Ninguém está livre disso", diz Collor sobre Lava Jato
Ex-presidente e senador voltou a criticar atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2015 às 18h19.
Brasília - Dois dias após ser alvo de uma ação de busca e apreensão, dentro da nova fase da Operação Lava Jato , o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a criticar a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nesta quinta-feira, 16.
Ao cobrar limites para o que considera como "atos ilegais" do chefe do Ministério Público Federal, Collor disse que cabe ao Congresso "questionar, reagir, enfrentar e frear" a instituição.
"Não se iludam, pois ninguém está livre disso", afirmou o ex-presidente, em seu segundo discurso na tribuna do Senado após a ação policial.
"Daqui mesmo desta Casa, novas vítimas podem sair, novas histórias poderão ser maldosamente construídas. Estamos num terreno de um verdadeiro vale-tudo. O próprio cidadão, indefeso, sem imunidades, sem prerrogativas de foro, está ainda mais vulnerável ao estado repressor do Ministério Público Federal", completou.
Avalizada pelo Ministério Público e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a ação policial teve como alvos, entre os senadores, Fernando Collor, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), e o ex-ministro de Dilma Rousseff Fernando Bezerra (PSB-PE).
No caso de Collor, a operação apreendeu um Porsche, uma Ferrari vermelha e um Lamborghini na Casa da Dinda, residência particular usada pelo ex-presidente.
O ex-presidente disse que não é possível permitir a submissão das instituições democráticas ao "aparato policialesco" do Ministério Público e aceitar a "cultura do apedrejamento".
"Isso é degradante, isso é atitude de covardes, de facínoras que se dizem democratas, que se aproveitam da democracia, mas que, na prática, aplicam a autocracia e dela se aproveitam", criticou, ao dizer que jamais viu atos como esse, nem mesmo na ditadura.
Para Collor, todas as pessoas precisam estar cientes do poder do Ministério Público. Segundo ele, são dois universos. De um lado, disse, a sociedade, os cidadãos, sejam agentes públicos ou não.
De outro, destacou, o Ministério Público, que deseja oferecer à "alcateia ululante o objeto da sua saciedade".
O senador do PTB lembrou que Janot está em campanha para ser reconduzido ao cargo - se for indicado pela presidente Dilma Rousseff para mais dois anos de mandato, ele será sabatinado e terá de passar por votação secreta do Senado.
Mesmo diante de um plenário lotado no último dia de votações antes do recesso parlamentar, o senador do PTB recebeu a solidariedade, por meio de apartes, de apenas dois senadores: Telmário Mota (PDT-RR) e Ivo Cassol (PP-RO).
Aliado de Collor, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), agradeceu o pronunciamento do colega e, sem citar Rodrigo Janot, repetiu que houve invasão de ambientes da Casa na operação.
"Nossa democracia não pode pagar para ver, ela não pode correr risco", disse.
"Não podemos permitir que um Poder queira se afirmar em cima de outro Poder, porque assim nós estaremos ferindo de morte a própria democracia", reforçou Renan, que, embora também responda a três inquéritos da Lava Jato, não foi alvo da nova fase da operação.
Brasília - Dois dias após ser alvo de uma ação de busca e apreensão, dentro da nova fase da Operação Lava Jato , o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) voltou a criticar a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nesta quinta-feira, 16.
Ao cobrar limites para o que considera como "atos ilegais" do chefe do Ministério Público Federal, Collor disse que cabe ao Congresso "questionar, reagir, enfrentar e frear" a instituição.
"Não se iludam, pois ninguém está livre disso", afirmou o ex-presidente, em seu segundo discurso na tribuna do Senado após a ação policial.
"Daqui mesmo desta Casa, novas vítimas podem sair, novas histórias poderão ser maldosamente construídas. Estamos num terreno de um verdadeiro vale-tudo. O próprio cidadão, indefeso, sem imunidades, sem prerrogativas de foro, está ainda mais vulnerável ao estado repressor do Ministério Público Federal", completou.
Avalizada pelo Ministério Público e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a ação policial teve como alvos, entre os senadores, Fernando Collor, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), e o ex-ministro de Dilma Rousseff Fernando Bezerra (PSB-PE).
No caso de Collor, a operação apreendeu um Porsche, uma Ferrari vermelha e um Lamborghini na Casa da Dinda, residência particular usada pelo ex-presidente.
O ex-presidente disse que não é possível permitir a submissão das instituições democráticas ao "aparato policialesco" do Ministério Público e aceitar a "cultura do apedrejamento".
"Isso é degradante, isso é atitude de covardes, de facínoras que se dizem democratas, que se aproveitam da democracia, mas que, na prática, aplicam a autocracia e dela se aproveitam", criticou, ao dizer que jamais viu atos como esse, nem mesmo na ditadura.
Para Collor, todas as pessoas precisam estar cientes do poder do Ministério Público. Segundo ele, são dois universos. De um lado, disse, a sociedade, os cidadãos, sejam agentes públicos ou não.
De outro, destacou, o Ministério Público, que deseja oferecer à "alcateia ululante o objeto da sua saciedade".
O senador do PTB lembrou que Janot está em campanha para ser reconduzido ao cargo - se for indicado pela presidente Dilma Rousseff para mais dois anos de mandato, ele será sabatinado e terá de passar por votação secreta do Senado.
Mesmo diante de um plenário lotado no último dia de votações antes do recesso parlamentar, o senador do PTB recebeu a solidariedade, por meio de apartes, de apenas dois senadores: Telmário Mota (PDT-RR) e Ivo Cassol (PP-RO).
Aliado de Collor, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), agradeceu o pronunciamento do colega e, sem citar Rodrigo Janot, repetiu que houve invasão de ambientes da Casa na operação.
"Nossa democracia não pode pagar para ver, ela não pode correr risco", disse.
"Não podemos permitir que um Poder queira se afirmar em cima de outro Poder, porque assim nós estaremos ferindo de morte a própria democracia", reforçou Renan, que, embora também responda a três inquéritos da Lava Jato, não foi alvo da nova fase da operação.