Não há intenção de extermínio sobre Mercosul, diz Serra
No entanto, o chanceler defende que o Brasil adote mudanças necessárias que permitam sua liderança no cenário internacional de comércio e economia
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2016 às 21h14.
São Paulo - O Ministro das Relações Exteriores , José Serra , afirmou nesta segunda-feira que não tem "nenhuma intenção de extermínio em relação ao Mercosul", embora tenha defendido que o Brasil adote mudanças necessárias que permitam sua liderança no cenário internacional de comércio e economia.
"Não vamos chegar e acabar. O que vamos é buscar uma transição com isso, pois primeiro temos que avaliar os impactos das ações neste grupo, precisamos olhar os dados", afirmou em reunião com empresários da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Serra reiterou que, por parte do Brasil, não existe "nenhuma intenção de extermínio com relação ao Mercosul". Para o chefe da diplomacia brasileira, a sétima economia mundial tem que apoiar flexibilizações dentro do bloco e incentivar novas políticas de investimentos que favoreçam o bloco integrado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.
De outro lado, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, explicou que é de interesse da patronal buscar na região negócios e investimentos que aumentem a "sinergia" entre os países do bloco.
"Apoiamos que se dê prioridade ao Mercosul 'original' em busca, principalmente, de negócios e de investimentos específicos de compra e venda de modo que nós possamos comprar muito mais dos países do Mercosul e vender muito mais a eles", declarou Skaf a jornalistas depois do evento.
Serra também citou as dificuldades de controle em fronteiras como uma das maiores preocupações de sua gestão e considerou "gravíssimo" o contrabando de armas e mercadorias, assim como o tráfico de drogas na região.
O ministro destacou a China como o principal parceiro e importante ator em questão de "economia de mercado", status que o país asiático terá a partir de 2017 e, nesse sentido, lembrou sua intenção de criar dentro da pasta um departamento dedicado a essa economia.
"Os chineses têm uma característica: quando estão em uma mesa de negócios, sabem o que querem. O Brasil nunca sabe o que quer e não é o governo (o responsável), mas necessitamos algo mais fragmentado. Tem que haver uma política consistente, de bloco com a China", ressaltou Serra.
Serra também afirmou que os Estados Unidos são uma das apostas das políticas internacionais na gestão do governo do presidente interino, Michel Temer.
Na opinião de Serra, deve existir mais aproximação entre o Mercosul e os Estados Unidos, com um "grande efeito psicológico", e propôs a isenção de vistos para empresários americanos e brasileiros.
Da mesmo maneira, manifestou o interesse do Brasil de se relacionar com o Irã, país que sofria sanções desde 2002 pela questão nuclear.
"Com mais de 70 milhões de pessoas, que têm uma grande demanda inclusive de petróleo, podemos abastecê-los. Assim como também fazemos com outros países árabes nos quais a demanda por comida processada é muito alta, e nisso somos especialistas", comentou.
Com o governo interino de Temer, Serra destacou as mudanças institucionais na Câmara de Comércio Exterior (Camex) e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), além da estrutura de negócios internacionais incorporada às embaixadas.
"Vamos integrar (tudo) ao trabalho o Itamaraty já faz e isso vai evitar a duplicação de coisas e otimizar as atividades. São mudanças institucionais que vão abrir o caminho com os empresários, que é quem exporta e, ao mesmo tempo, com a sociedade que quer seu emprego", concluiu.
Durante a reunião, Skaf e Serra assinaram um protocolo para a cooperação mútua na promoção de negócios para fomentar as exportações.
São Paulo - O Ministro das Relações Exteriores , José Serra , afirmou nesta segunda-feira que não tem "nenhuma intenção de extermínio em relação ao Mercosul", embora tenha defendido que o Brasil adote mudanças necessárias que permitam sua liderança no cenário internacional de comércio e economia.
"Não vamos chegar e acabar. O que vamos é buscar uma transição com isso, pois primeiro temos que avaliar os impactos das ações neste grupo, precisamos olhar os dados", afirmou em reunião com empresários da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Serra reiterou que, por parte do Brasil, não existe "nenhuma intenção de extermínio com relação ao Mercosul". Para o chefe da diplomacia brasileira, a sétima economia mundial tem que apoiar flexibilizações dentro do bloco e incentivar novas políticas de investimentos que favoreçam o bloco integrado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.
De outro lado, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, explicou que é de interesse da patronal buscar na região negócios e investimentos que aumentem a "sinergia" entre os países do bloco.
"Apoiamos que se dê prioridade ao Mercosul 'original' em busca, principalmente, de negócios e de investimentos específicos de compra e venda de modo que nós possamos comprar muito mais dos países do Mercosul e vender muito mais a eles", declarou Skaf a jornalistas depois do evento.
Serra também citou as dificuldades de controle em fronteiras como uma das maiores preocupações de sua gestão e considerou "gravíssimo" o contrabando de armas e mercadorias, assim como o tráfico de drogas na região.
O ministro destacou a China como o principal parceiro e importante ator em questão de "economia de mercado", status que o país asiático terá a partir de 2017 e, nesse sentido, lembrou sua intenção de criar dentro da pasta um departamento dedicado a essa economia.
"Os chineses têm uma característica: quando estão em uma mesa de negócios, sabem o que querem. O Brasil nunca sabe o que quer e não é o governo (o responsável), mas necessitamos algo mais fragmentado. Tem que haver uma política consistente, de bloco com a China", ressaltou Serra.
Serra também afirmou que os Estados Unidos são uma das apostas das políticas internacionais na gestão do governo do presidente interino, Michel Temer.
Na opinião de Serra, deve existir mais aproximação entre o Mercosul e os Estados Unidos, com um "grande efeito psicológico", e propôs a isenção de vistos para empresários americanos e brasileiros.
Da mesmo maneira, manifestou o interesse do Brasil de se relacionar com o Irã, país que sofria sanções desde 2002 pela questão nuclear.
"Com mais de 70 milhões de pessoas, que têm uma grande demanda inclusive de petróleo, podemos abastecê-los. Assim como também fazemos com outros países árabes nos quais a demanda por comida processada é muito alta, e nisso somos especialistas", comentou.
Com o governo interino de Temer, Serra destacou as mudanças institucionais na Câmara de Comércio Exterior (Camex) e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), além da estrutura de negócios internacionais incorporada às embaixadas.
"Vamos integrar (tudo) ao trabalho o Itamaraty já faz e isso vai evitar a duplicação de coisas e otimizar as atividades. São mudanças institucionais que vão abrir o caminho com os empresários, que é quem exporta e, ao mesmo tempo, com a sociedade que quer seu emprego", concluiu.
Durante a reunião, Skaf e Serra assinaram um protocolo para a cooperação mútua na promoção de negócios para fomentar as exportações.